Natalie Batalha
Cientista do projeto, Missão Kepler
natalie.m.batalha@nasa.gov
Até o início de 2019, os astrônomos descobriram quase 4.000 exoplanetas observando estrelas e observando uma ligeira redução em seu brilho à medida que um planeta passa na frente deles.
Embora os planetas sejam muito menores, comparados às suas estrelas mães, agora temos telescópios sensíveis o suficiente para detectá-los.
A diversidade dos planetas encontrados fora do Sistema Solar excede em muito a diversidade que encontramos dentro do Sistema Solar. Além de nossos sete vizinhos mais próximos, há todos tipos de mundos fascinantes.
Isto tem inspirado cientistas e artistas como David A. Hardy que pinta quadros magníficos inspirados em descobertas recentes de planetas extra solares.
Há planetas orbitando estrelas mortas e mundos oceânicos totalmente envoltos pela água.
Vemos planetas orbitando estrelas binárias. Nesses mundos, se pudéssemos visitá-los, encontraríamos dois sóis nascendo e se pondo.
Em outros planetas, onde a estrela hospedeira é uma das muitas em um aglomerado gravitacionalmente ligado, o céu noturno estaria inundado de estrelas brilhantes.
Vemos mundos com superfícies cobertas de lava derretida e planetas que orbitam tão perto de sua estrela hospedeira que estão se desintegrando, fervendo como cometas muito próximos ao Sol e deixando um rastro de material para trás.
Entre essa diversidade surpreendente, também encontramos muitos planetas que se assemelham aos nossos. Estes planetas semelhantes à Terra são relativamente pequenos, rochosos e muito mais difíceis de detectar. Quando um planeta do tamanho de Júpiter passa na frente de sua estrela, a queda observada no brilho é de 1% (1/100). Para um planeta semelhante à Terra, essa porcentagem despenca para 0,01% (1/10000), uma diferença tão diminuta que ainda é muito difícil de detectar. É o equivalente a olhar para um prédio de 80 andares de altura e notar uma pessoa baixando sua persiana de apenas um centímetro. Esta é a mudança que temos que detectar para encontrar um planeta como a Terra.
Além de ser rochoso e pequeno, é o posicionamento de um planeta na zona habitável de sua estrela mãe que o torna tipo Terra. Esse posicionamento tem que estar certo, não muito perto para que a água líquida não ferva e não muito longe para que a água não fique aprisionada em gelo.
A sonda Kepler da NASA descobriu 2720 exoplanetas, e quase 60 desses planetas semelhantes à Terra, mas eles não são todos tão semelhantes quanto o nome pode sugerir. Algumas delas são Super Terras, muito maiores do que a Terra, enquanto outros estão cobertos por uma fina camada de água líquida.