2024: Um ano Saturnal?

Capa: Hilma af Klint (1862-1944), Caos Primordial, No. 16 , A Série WU/ROSEN. Grupo 1 , 1906-07. Acervo Wikipedia. Licença de Domínio Público.

Ciclos por toda parte?

Muitos fenômenos no Universo, como os movimentos dos astros, são cíclicos…

O mês lunar com o ciclo do giro da Lua ao redor da Terra.

O ano solar com o ciclo do giro aparente do Sol por entre as constelações zodiacais. Ou, visto por outro ângulo, a translação da Terra ao redor do Sol.

Os equinócios, dias em que a duração do dia e da noite são equivalentes.

Os solstícios com os dias claros ou as noites mais longas do ano.

Todas essas observações registradas ao longo da história pela humanidade e a observação de 7 astros errantes na esfera celeste da Terra: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno levou diferentes culturas a criar formas de conectar e relacionar essas observações.

Cada astro com seu próprio ciclo na esfera celeste terrestre, orientou a criação da organização temporal e social das civilizações e sociedades: surgindo os diferentes calendários socioculturais no mundo inteiro.

Cada cultura criou ciclos e padrões para marcar a passagem do tempo e os ciclos descobertos, observados e celebrados por cada cultura.

O Pequeno Ciclo Astral das “Sete Manhãs

A semana tem origem no termo septimana, em latim, significando “sete manhãs”.

A semana não é um ciclo repetitivo como o mês lunar (período entre duas luas cheias consecutivas) ou o ano solar (período em que o Sol volta a estar na mesma posição na esfera celeste terrestre). Ela serviu para conectar simbolicamente o ciclo lunar e a quantidade de astros (elevados à categorias de divindades), simplificando o ciclo lunar para aproximadamente 28 dias, um múltiplo exato dos 7 astros errantes.

A organização divina da semana atual é baseada na semana divina criada pelos Babilônicos, criando dias para celebrar os astros divindades (planetas visíveis, Sol e Lua). Por exemplo, o planeta Vênus era associado à Ishtar, deusa do amor; o planeta Marte, ao deus da guerra e do submundo chamado Nergal; e o planeta Júpiter, ao deus supremo da Babilônia, Marduck.

Esse modo de conectar o dia-a-dia (todas as manhãs) aos astros divindades influenciou a “semana” de outras civilizações posteriores, como a greco-romana que fundamenta a semana ocidental atual.

Deste modo, temos:

  • Segunda-feira (deus nórdico Mani, Moon Day, Luna Die gerando Monday em inglês e Lundi em francês), dedicada ao astro divindade romana DIANA (LUA) (Lunae Dies).
  • Terça-feira (deus nórdico Tyr, Tues Day, Mars Die gerando Tuesday em inglês e Mardi em francês), dedicada ao astro divindade romano MARTE (Marti Dies).
  • Quarta-feira (deus nórdico Woden/Odin gerando Wednesday em inglês e Mercredi em francês), dedicada ao astro divindade romano MERCÚRIO (Mercurii Dies).
  • Quinta-feira (deus nórdico Thunor/Thor, gerando Thursday em inglês e Jeudi em francês), dedicada ao astro divindade romano JUPITER (J/Ioves Dies).
  • Sexta-feira (deusa nórdica Freyja/Frigg, gerando Friday em inglês e Vendredi em francês), dedicada ao astro divindade romano VÊNUS (Veneris Dies).
  • Sábado (referência à Saturno, Saturday em inglês e Samedi em francês), dedicado ao astro divindade romano SATURNO (Saturnii Dies).
  • Domingo (deus nórdico Suna, Sunday em inglês e Dimanche em francês), dedicado ao astro divindade romano SOL (Solis Dies).

Diferentes culturas criaram estrelas de 7 pontas como um modo de representar e memorizar o ciclo semanal das divindades astrais: os HEPTAGRAMAS SEMANAIS, tornando o ciclo visual e muito expressivo, como a estrela semanal dos Caldeus

.

ESTRELA ASTRONÔMICA DOS CALDEUS. PINTE A ESTRELA DAS MANHÃS E DESENHE OS ASTROS EM SUAS PONTAS NA ORDEM SEMANAL . Começando pelo Sol no alto, e girando no sentido horário, temos: SOL-LUA-MARTE-MERCÚRIO-JÚPITER-VÊNUS-SATURNO e retornando ao início do ciclo das “sete manhãs”.

O Grande Ciclo Astral de 36 anos

A tentativa de conectar mais ainda as divindades astrais aos dia-a-dias da sociedade, levou à criação de um grande ciclo dos 7 astros que se repete cinco vezes e volta ao astro inicial, totalizando um ciclo de 36 anos.

Durante todo esse ciclo, o astro da vez rege todo o ciclo, mas a cada ano do ciclo, um astro se reveza na regência do ano.

Quando um novo Regente de Ciclo começa, ele também é o Regente do primeiro e do último ano desse ciclo. Em 2017, iniciou-se o Grande Ciclo de SATURNO que vai durar 36 anos, sendo encerrado em 2052.

Ciclo de MarteCiclo da LuaCiclo do SolCiclo de Saturno
1909Marte1945Lua1981Sol2017Saturno
Início dos Grandes Ciclos Astrais de 36 anos.

Observe que a sequência dos Grandes Regentes não é na mesma ordem que a ordem do ciclo semanal .

Cada Grande Ciclo é subdividido em cinco ciclos de regentes anuais.

2024: Grande Ciclo de Saturno. Regente Saturno

Os regentes anuais do GRANDE CICLO DE SATURNO (2017 a 2052) formam o padrão:

  • 2017 – Saturno
  • 2018 – Júpiter
  • 2019 – Marte
  • 2020 – Sol
  • 2021- Vênus
  • 2022 – Mercúrio
  • 2023 – Lua
  • 2024 – Saturno
  • repete a mesma ordem até 2052 (…),
  • 2052 – Saturno…

Mas, porque essa sequência?

  • É a ordem dos planetas em relação ao Sol?
  • É a proximidade dos astros em relação à Terra?
  • É a mesma ordem do ciclo das sete manhãs?

Cada um dos sete astros demora um período para completar um ciclo completo na esfera celeste e retornar à mesma posição em relação às constelações zodiacais. Vamos verificar qual tem o período mais rápido, começando pelo mais lento:

  • Saturno – 29,46 ou quase 29,5 anos terrestres.
  • Júpiter – 11,86 ou quase 12 anos terrestres.
  • Marte – 1,88 ou quase 2 anos terrestres,
  • Sol – 365,26 dias terrestres ou 1 ano terrestre).
  • Vênus – 224,7 dias terrestres ou quase 7,5 meses terrestres.
  • Mercúrio – 87,97 dias terrestres ou quase 3 meses terrestres.
  • Lua (fases) – 29,5 dias terrestres ou quase 1 mês do calendário terrestre.

Observe que iniciando em Saturno, temos uma sequência que vai do astro mais LENTO (Saturno) ao astro mais RÁPIDO (Lua) em seus ciclos aparentes na esfera celeste terrestre.

Com telescópios modernos, os astrônomos conseguiram observar e descobrir mais 2 planetas (Urano, Netuno) e um planeta anão bem famoso (Plutão) bem mais distantes e bem mais lentos em seus ciclos pela esfera celeste que – não observados – ficaram de fora desses ciclos criados por civilizações antigas.

Uma quebra no Ciclo de Regência Anual?

A sequência das regências anuais é quebrada ao mudar o Regente de Ciclo e ele assumir seu posto. Em 2017, caso a sequencia continuasse, o próximo Regente do ano seria Vênus. Porém, como Saturno assumiu seu posto de Regente do Ciclo, ele também será o primeiro Regente do Ano em seu ciclo. E Vênus é deslocado um ano.

Deste modo, o regente anual de 2017 em vez de ser Vênus continuando a sequência de regência anual. passa a ser Saturno, o regente do Grande Ciclo de Saturno. E a sequência continua como se não tivesse “saltado” de Vênus para Saturno.

Desafio: Descubra um padrão na sequência dos Grandes Ciclos de Regência, a partir da sequência abaixo:

  • (1909-1944) Grande Ciclo de MARTE
  • (1945-1980) Grande Ciclo da LUA
  • (1981-2016) Grande Ciclo do SOL
  • (2017-2052) Grande Ciclo de SATURNO
  • (2053-2088) Grande Ciclo de VÊNUS
  • (2089-2124) Grande Ciclo de ????????

Observe bem a sequência de astros, para frente, para trás, … e tente identificar algum padrão

Crie uma estrela de sete pontas para o Grande Ciclo de Astros Regentes.

E diga quem será o regente do Grande Ciclo de (2089 a 2124) e regente do ano 2089!

Os padrões ou ciclos naturais desafiam a capacidade humana de observar e identificar padrões na Natureza.

Os padrões simbólicos desafiam a criatividade humana a conectar diferentes padrões logica, emocional ou irracionalmente.

Saber diferenciar esses dois processos da mente humana é fundamental para compreender a Ciência.

Descobrir e Criar Padrões Cíclicos é uma brincadeira intelectual desafiadora e divertida para o ser humano. Mas, afinal, quem rege o SEU ANO é VOCÊ!

Deixe um comentário