Entre terra e mar: Ambiente costeiro – parte 3: Costão Rochoso

Costão rochoso na praia de Itaquera em Ilhabela, São Sebastião, SP. Foto cedida por Marina Ponce

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Costão Rochoso

Andando até o canto da praia, podemos passar do ladinho do costão rochoso, que são formações bem presentes no litoral do mundo todo!

Que lugar é esse?

Este é o ambiente costeiro formado por rochas localizadas na transição entre os ambientes terrestre e marinho, do entremarés (emerso) ao sublitoral (submerso). Os costões formam paisagens bastante heterogêneas como paredões verticais, matacões de rochas fragmentadas e lajes.

Os costões rochosos brasileiros são de origem vulcânica ou extensões de montanhas rochosas que chegam até o fundo do mar. Encontramos este tipo de ecossistema desde a região Norte, na Baía de São Marcos (MA), até a região Sul, em Torres (RS), com presença em 10 estados do país, e maior concentração nas regiões sudeste e sul, e em ilhas com formações rochosas

Vejam que encontramos COSTÕES ROCHOSOS em quase todo o Brasil!

Quem Habita?

Viver na região entremarés dos costões rochosos – na faixa estreita delimitada pela maior maré alta e a menor maré baixa – não é uma tarefa fácil, já que regularmente essas áreas ficam expostas ao ar e recebem o impacto das ondas, gerando grande estresse físico para os organismos. 

Para lidar com a exposição ao ar e a força das ondas, os organismos possuem diferentes adaptações (morfológica, fisiológica e comportamental) que minimizam a dessecação durante os períodos de emersão e a remoção do substrato pelo embate das ondas. 

Durante as marés baixas é visível a zonação, isto é, a distribuição de uma ou poucas espécies dominantes em faixas horizontais determinadas pelas adaptações e limitações próprias dos organismos e pelas interações entre eles.

Itapema do Norte, Itapoá, SC. Foto cedida por Rosana Rocha
Itapema do Norte, Itapoá, SC. Foto cedida por Rosana Rocha



Os fundos rochosos de águas rasas que compreendem a região do sublitoral – zona imersa que se estende da linha da maré baixa até a borda da plataforma continental – são dominados pelos invertebrados marinhos. Dentre eles, as esponjas, hidrozoários, anêmonas, corais moles, briozoários, ascídias, anelídeos e crustáceos cirripédios são os grupos mais comuns.

As comunidades do sublitoral são mais ricas e produtivas do que aquelas do entremarés. O padrão de zonação vertical também está presente no ambiente sublitoral, neste caso, sendo influenciado pela profundidade e pela luz que penetra da superfície.

Nos costões rochosos o recurso mais disputado é o espaço!!! E o principal desafio dos organismos é encontrar um local para se fixar.
Essa intensa competição por espaço nos ambientes rochosos do entremarés e sublitoral é fator biológico estruturador dessas comunidade

Sublitoral, Ilha de Papagaios, Cabo Frio, RJ.
Foto cedida por Fernanda Azevedo
Cabo Frio, RJ. Foto cedida por Fernanda Azevedo
Itapema do Norte, Itapoá, SC. Foto cedida por Rosana Rocha

Por que conservar?

Os costões rochosos estão entre os ecossistemas costeiros do entremarés de maior, já que são ricos em espécies de grande interesse econômico (mexilhões, ostras, crustáceos e vários peixes); e por sua relevância ecológica, uma vez que recebem grande quantidade de nutrientes dos sistemas terrestres, apresentam alta biomassa e produção primária, além de servirem como locais de alimentação, crescimento e reprodução de muitas espécies.

Além disso, devido à variedade de formas e cores da fauna e da flora, e a relativa facilidade de acesso, estes ambientes são considerados bastante populares para atividades de mergulho e são bem estudados no mundo todo.

Os impactos antrópicos que afetam os costões rochosos são diversos: poluição orgânica e industrial, derramamento de óleo, sedimentação em áreas portuárias, captura excessiva de estoque pesqueiro, introdução de espécies exóticas, turismo descontrolado e, ainda, os efeitos das mudanças climáticas.

Para minimizar as pressões antrópicas sobre as comunidades de costões rochosos e melhorar a saúde desses ambientes, é necessário direcionar investimentos para programas de educação ambiental, monitoramento de longa duração, manejo sustentável em áreas de exploração de espécies de interesse econômico e recuperação de áreas degradadas.

Referências do texto

Livros

  • Prates, A. P. L; Gonçalves, M. A; Rosa, M. R. Panorama da conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos no Brasil. 2ª edição. Brasília:MMA, rev. ampliada, 2012.
  • Castro, P; Huber M.E. Biologia Marinha. 8ª edição. AMGH Editora Ltda, 2012.
  • Pereira, R. C; Soares-Gomes, A. Biologia Marinha. 2ª edição. Editora Interciência, 2009.

Dicas de projetos/links ligados ao ambiente Costão Rochoso

Projeto Costão Rochoso

Pesquisa e conservação do sistema recifal da RESEXMar de Arraial do Cabo, sensibilização ambiental e subsídios ao plano de manejo.

Projeto Costões Rochosos

 O filme mostra um dos tantos projetos de pesquisa realizados no Brasil. Este realizado no NUPEM/UFRJ (Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade), no qual cada pesquisador aborda sua área específica de atuação, levantando problemas ambientais envolvidos, trazendo reflexões acerca de nossas atitudes que impactam os Costões Rochosos( ambientes de transição entre água e terra onde abrigam diversas espécies). Logo, qualquer impacto causado se torna expressivo.

Dica de jogo/material didático sobre a temática

Dica de material didático sobre a temática

Ensino de Ciências por investigação: sequência didática “Enigma do Costão Rochoso” (PDF) – Dica de sequência didática

Costão Rochoso (PDF) – Folder Educativo elaborado pelo CEBIMAR/USP

Projeto Costão Rochoso de Arraial do Cabo
Faça download do Jogo da memória – Projeto Costão Rochoso

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Manguezal em Alagoas.
Foto cedida por Fernanda Azevedo

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Praia do Forno – Arraial do Cabo,RJ.
Foto cedida por Fernanda Azevedo

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