Estampas CienciArte: Orelha de Pau

Coleção Estampas CienciArte é uma coletânea mensal de estampas com temáticas científicas, expressando as relações ou conexões entre Ciência e Arte. A coleção tem como fio condutor as estampas criadas pela artista plástica Alicia Ivanissevich que brindou, ao Espaço Ciência Viva e a educadores, algumas de sua bela coleção de estampas científicas para uso não comercial.

Alicia Ivanissevich. Alicita estampas. Licença CC-BY-NC-ND-4.0.

Estampa Orelha de Pau

Estampa Orelha de Pau de Alicia Ivanissevich. Alicita estampas. Licença CC-BY-NC-ND-4.0.

A orelha de pau

Orelha-de-Pau . (c) alexis_rm. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.

BioIdentidade

Reino dos Fungos.

Filo: Basidiomycota

Classe: Agaricomycetes

Ordem: Polyporales

Família: Polyporaceae

Gênero: Pycnoporus

Nomes populares: Urupê, Pironga e Orelha-de-Pau.

Orelha-de-Pau . (c) Meire Godoi . Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.

A orelha de pau é um fungo que costuma crescer sobre troncos de árvores.

Ganhou este nome popular por ter uma forma muito parecida com uma orelha em um pedaço de madeira. Estes fungos são bastante importantes pois são decompositores na cadeia alimentar, se alimentando de material orgânico morto, e por serem um grande indicador do estado de saúde da árvore. Quando encontrado em um tronco, pode indicar que a árvore está com sua saúde comprometida.

A parte externa deste fungo é denominada “corpo de frutificação“, o fungo verdadeiro fica localizado no interior do tronco. É possível localizar este fungo mais comumente em áreas tropicais.

Historicamente, quatro “principais” espécies do gênero Pycnoporus foram criadas com base em suas características morfológicas e suas áreas de distribuição. Clique nos links abaixo para ver uma galeria de fotografias de cada espécie.

  • Pycnoporus cinnabarinus , uma espécie comum, distribuída especialmente no hemisfério norte, 
  • Pycnoporus puniceus , uma espécie rara conhecida da África, Índia, Malásia e Nova Caledônia, e caracterizada por um basidiocarpo com grandes poros irregulares (1-3 por mm) , 
  • Pycnoporus sanguineus , uma espécie comum distribuída em regiões tropicais e subtropicais,
  • e  Pycnoporus coccineus , distribuída nos países limítrofes dos oceanos Índico e Pacífico.

A orelha de pau Pycnoporus sanguineus é endêmica do Brasil e pode ser encontrada nos seguintes estados em todas as regiões do país:

Região Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará e Rondônia),

Região Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte),

Região Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul e Mato Grosso),

Região Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo),

Região Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina).

Veja uma galeria de observações fotográficas de Orelhas de Pau no Portal iNaturalist.

Dicas para o Seu Naturalista Interior

O material educativo Guia de Campo, Dia B apresenta dicas sobre a rica biodiversidade que você pode encontrar em seus passeios pelo campo. O Guia tem um capítulo sobre os fungos. Veja a introdução abaixo.

“Os fungos não são plantas nem animais, constituem um reino à parte.
Todos conhecemos os cogumelos, os bolores e as leveduras (utilizadas para fazer pão ou iogurte), assim como os fungos patogénicos, entre outros.
São geralmente constituídos por filamentos multicelulares (hifas), e a membrana celular nos fungos é formada por quitina enquanto nas plantas contém celulose. Tal como os animais são organismos incapazes de sintetizar os seus alimentos porque não possuem clorofila nas suas células, ao contrário das plantas verdes que possuem este grupo de pigmentos.
Os fungos desempenham um papel fundamental na manutenção dos ecossistemas terrestres, intervindo na decomposição de matéria orgânica.
Desenvolvem-se nos mais diversos tipos de habitats, mas é nas florestas que os podemos encontrar com maior frequência e diversidade.
Os fungos abrangem uma enorme diversidade de espécies, com ecologias, ciclos de vida e formas variadas, que vão dos fungos primitivos constituídos por uma única célula aos grandes cogumelos.
Estimam‑se em cerca de 1,5 milhões as espécies de fungos. Se esta estimativa for correta, conhecemos atualmente apenas 5% das espécies.
Os fungos reproduzem‑se através da fragmentação das suas hifas ou por esporos: células envolvidas por uma parede celular que as protege até que as condições ambientais permitam o seu desenvolvimento.
Os cogumelos são o grupo mais carismático dos fungos. Aquilo a que vulgarmente chamamos “cogumelo”, é um “corpo frutífero”, ou seja, é a estrutura na qual se desenvolvem os esporos. O corpo frutífero é constituído por um pé (estipe) que suporta o chapéu (píleo). Na superfície inferior do chapéu dispõem-se radialmente lamelas que sustentam as células que dão origem aos esporos.
Os cogumelos sempre foram utilizados na gastronomia, mas todo o cuidado é pouco na sua recolha e identificação uma vez que há o perigo de confundirmos espécies comestíveis com outras venenosas e até mortais. Assim, em caso de dúvida, o melhor mesmo é ‘deliciar’
só a vista e não os consumir…”

Veja o guia completo em Guia de Campo, Dia B, 2020, Fungos (pág. 25). Em Academia Ciência Viva, Portugal.

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Fungos em uma árvore cortada, Ilha do Governador, RJ, 2021. (c) Paulo Henrique Colonese. Licença CC-BY-NC-4.0.

Dica para Fotógrafos e Artistas que habitam você.

Veja também a pesquisa de mestrado A Poética dos Fungos, de Tuane Maitê Eggers, Porto Alegre, 2021. Um olhar artístico e poético para o mundo dos fungos.

Esta pesquisa busca refletir sobre o desenvolvimento poético da série Estudos sobre fungos
& montanhas e seus desdobramentos — Fluxus Fungus
. O processo artístico investiga um método experimental de cocriação na fotografia, por meio de imagens que envolvem fungos como um de seus agentes criadores. Ao abrir janelas de vida para os fungos se espalharem sobre imagens impressas, o estudo busca refletir sobre os fluxos da arte e da vida sob uma perspectiva menos antropocêntrica, por meio da estesia [percepções e sensibilidade] que pode proporcionar a grandeza das existências mínimas. O texto traça um percurso em busca da contemplação da poesia existente no descontrole de imagens vivas e na beleza presente no fenecimento [desbotamento, emurchecimento] (como um início de outros mundos) — além do desejo de manter as conexões miceliais [parte vegetativa de um fungo] sempre abertas: incerteza viva como impulso de criação.

Tuane Maitê Eggers, 2021.

A autora pode ser uma inspiração para novos olhares fotográficos ou de outras artes plásticas. Fotografar fungos pode trazer surpresas interessantes.

Um Novo Mundo para Crianças

Visite o blog do Microbiologia para Crianças, projeto de Divulgação científica, coordenado por Alane Beatriz Vermelho. Conheça melhor o Projeto, visitando e acompanhando no Facebook em https://www.facebook.com/alaneb.vermelho e no site em https://cienciacomicrobios.wixsite.com/projeto.

Baixe também o almanaque do projeto em https://issuu.com/juliannaparaizo/docs/almanaque_interativo

E conheça os livros do projeto

Coleção Estampas CiênciArte 2021-2022

Estampa Costela de Adão foi a nossa última estampa da Coleção CiênciArte 2021. Se você não viu as estampas anteriores ou quer lembrar de alguma que já passou, confira a lista das belas estampas com temáticas científicas confeccionadas pela Alicia Ivanissevich.

Coleção 2021

Coleção 2022

  • Orelha de Pau.
  • Tentilhões de Galápagos.

A Estampa Orelha de Pau é a primeira da Coleção Estampas CiênciArte 2022. Até a próxima Estampa CiênciArte!

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