Murais Marinhos: A longa linha entre nós

Coleção: Artivismo Oceânico: Murais Marinhos.

The Longline in Between (A longa linha entre nós), por Mateus Bailon, México, 2017

Vamos conhecer e mergulhar no Mural A longa linha entre nós apresentado pelo Projeto Sea Walls.

O mural foi desenvolvido em julho de 2017 pelo artista Mateus Bailon para a cidade de Cancún, no México.

Página do Mural The Longline in Between do site oficial do Sea Walls

Veja a página do mural no site da Sea Walls, clicando no link: https://seawalls.org/mural/the-longline-in-between/.

Veja no Google Mapas

Apresentamos abaixo uma pequena biografia do artista e também a apresentação do mural feito pelo projeto Sea Walls em sua série de cadernos para colorir dos murais selecionados nos oito anos do projeto.

O Artista

Mateus Bailon é um artista brasileiro nascido em Santa Catarina. Sua obra explora narrativas que buscam relembrar a conexão entre o ser humano e a natureza, além de revelar seu próprio universo particular habitado por criaturas fantásticas, principalmente seus pássaros.

Após crescer cercado pela incrível biodiversidade da Mata Atlântica brasileira e testemunhar, ano após ano, sua triste decadência promovida pela ganância humana, Bailon tem levado às ruas o poder da natureza (especialmente nas selvas de concreto urbano) traduzido em criaturas fantásticas e animais híbridos de seu próprio universo mitológico

Por outro lado, em suas pinturas e exposições o artista costuma trazer o ser humano para sua floresta mágica com o objetivo de potencializar o mundo natural e promover a consciência ambiental ao oferecer uma experiência sensorial ao público, reconectando as pessoas ao seu verdadeiro lugar, afinal nós somos todos animais. 

Fonte: BAILON, site do artista.

Veja também a produção de murais e obras de Bailon em suas redes sociais:

Tema do Mural: Sobrepesca

A pesca é uma das causas mais significativas de declínio nas populações de vida selvagem do oceano. Pescar não é ruim para o oceano em si, exceto quando os navios pescam mais rápido do que a população pode se recuperar, algo chamado de sobrepesca.

O número mundial de espécies com populações em sobrepesca triplicou em meio século e hoje, um terço das pescarias avaliadas em todo o mundo estão acima dos limites biológicos das populações, de acordo com a Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

A sobrepesca está intimamente ligada à captura acidental – a captura indesejada de vida marinha durante a pesca de uma espécie diferente. É uma grave ameaça marinha que causa a perda desnecessária de bilhões de peixes, junto com centenas de milhares de tartarugas marinhas, aves marinhas e cetáceos.

Os danos causados ​​pela sobrepesca vão além do meio marinho. Bilhões de pessoas confiam em peixes para obter proteína, e a pesca é o principal meio de subsistência para milhões de pessoas em todo o mundo.

Fonte: Creative Coloring, SeaWalls. Pangeaseed Foundation.

Tome uma atitude!

Se você come frutos do mar (vida marinha), você pode ser um consumidor responsável:

  • Optando por comer espécies que estão mais abaixo na cadeia alimentar. Pense em sardinha em vez de atum.
  • Consultando os guias do consumidor e consumindo apenas espécies consideradas sustentáveis ​​e / ou invasoras.
  • Estando atento às capturas realizadas usando métodos de pesca mais sustentáveis, como a caça submarina e a pesca com linha e vara.

Declaração do Artista

A pesca com palangre é uma técnica de pesca comercial. Ela usa uma longa linha, chamada de linha principal, com anzóis com iscas presos em intervalos por meio de linhas ramificadas chamadas de snoods.

Esta técnica de pesca é bastante polêmica por causar a captura acidental de peixes enquanto pescam outra espécie ou a captura de jovens imaturos da espécie-alvo. Isso pode causar muitos problemas, como a morte de muitos outros animais marinhos enquanto procuram determinados peixes comerciais.

As aves marinhas podem ser particularmente vulneráveis ​​durante a colocação da linha.

Como meu trabalho tem sido fortemente focado em pássaros nos últimos anos, decidi usar um pelicano como o elemento-chave deste mural.

Enquanto este pelicano já está preso na longa linha, outros estão prestes a enfrentar o mesmo destino ao se prepararem para mergulhar no oceano em busca de peixes e alimento.

Além de aves marinhas e peixes, a pesca com palangre também vitimiza outras espécies marinhas, como golfinhos, tubarões e tartarugas, que são retratados na parte inferior do mural sendo atraídos pelos anzóis com iscas.

Os cabos na frente da parede foram incorporados à obra de arte representando mais linhas de pesca em em primeiro plano, a forte intervenção humana na cadeia alimentar natural e, consequentemente, a falta de sustentabilidade em certas técnicas de pesca.

Mateus Bailon

Fonte: Creative Coloring, SeaWalls. Pangeaseed Foundation.

Pelicano-pardo (Pelecanus occidentalis)

O pelicano-pardo, também conhecido como pelicano-marrom é uma ave encontrada principalmente na América do Sul. Ele vive em praias, baías salinas, e no oceano. Tem preferencia por águas rasas ao longo da costa imediata, especialmente em baías protegidas mas também é visto no mar. Uma ave inconfundível de águas costeiras. Grupos de pelicanos pardos voam baixo sobre as ondas em fila única, batendo as asas e planando em uníssono.

Pelicano-Pardo (Pelecanus occidentalis). Créditos: jmorton. In: iNaturalist. Licença: CC-BY-NC-4.0.

A alimentação do pelicano-pardo é quase totalmente de peixes mas inclui também alguns crustáceos. Seu comportamento alimentar é espetacular, pois mergulham de cabeça na água em busca de peixes e voltam à superfície com o alimento no bico. Ele inclina o bico para baixo para drenar a água do papo e, em seguida, joga a cabeça para trás para engolir o peixe.

Pelicano-Pardo (Pelecanus occidentalis). Créditos: Antar. In: iNaturalist. Licença: CC-BY-NC-4.0.

O ninho fica no solo ou penhasco de uma ilha, ou em árvores baixas, como manguezais. É construído pela fêmea, com material recolhido pelo macho. Pode ser um simples arranhão no solo, um monte de entulho com uma depressão no topo ou um grande ninho de pau na árvore.

Pelicano-Pardo (Pelecanus occidentalis). Créditos: Patricia Romero Salas. In: iNaturalist. Licença: CC-BY-NC-4.0.

As fêmeas põem geralmente três ovos, mas pode variar de dois a quatro ovos brancos que ficam manchados posteriormente. A incubação é feita por ambos os sexos, aproximadamente de 28 a 30 dias. Ambos os pais alimentam os filhotes. Os jovens podem deixar os ninhos após cerca de 5 semanas e se reunir em grupos, onde os pais que retornam aparentemente podem reconhecer a própria prole. Os jovens podem permanecer nos ninhos de árvores por mais tempo (talvez até 9 semanas) antes de subir nos galhos. A idade no primeiro voo varia, supostamente de 9 a 12 semanas ou mais. Os adultos continuam a alimentar os filhotes por algum tempo depois que saem da colônia.

Outras espécies de Pelicano

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Dicas

Se você se interessa por aves, conheça cerca de 2500 pássaros da América do Sul, fotografados no GLOBAL BIG DAY de 2018, um grande evento internacional convidando todos a fotografar pássaros! Investigue pássaros de uma espécie no eBird Espécies ou também pássaros do Brasil no eBird Regiões.

Aproveite e visite nosso episódio “Canta que me encanto: as aves ao redor” da série Conhecendo e Explorando os Espaços Verdes aqui no site do Espaço Ciência Viva.

Na matéria “Leia, olhe e conheça mais – Aves” você irá conhecer nossos projetos parceiros como que abordam o tema aves, além de outras dicas super interessantes que vale a pena conhecer!

“As aves através da janela” é uma série de vídeos  formada por episódios inspirados em aves corriqueiras do nosso dia a dia, como o bem-te-vi, o sabiá, a rolinha, a cambacica e outros. Os vídeos são produzidos pelo Núcleo de Pesquisa e Ensino de Ciências da FFP/UERJ representado pelo professor e colaborador ECV Ricardo Tadeu Santori. Assista um dos vídeos dessa série abaixo e, para ver os outros vídeos, acesse o Canal NUPEC FFP UERJ no Youtube.

Pôster para Colorir

Volumes para colorir (em inglês)

Acesse os 8 volumes com informações de 40 murais para colorir do projeto Sea Walls.

  • Preencha o formulário na página do seguinte link para se cadastrar e receber os 8 volumes dos anos anteriores com 40 murais para colorir, selecionados pela SeaWalls. Acesse o link e preencha seus dados: https://mailchi.mp/pangeaseed/creative-coloring-vol1.
  • Um grupo de artistas em Boston também criou um caderno para colorir com os murais criados por artistas locais da cidade. Acesse em Save Our Seas, Boston, 2021, volume 1.

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