Oceânicas pioneiras: Ana Ramos

Capa: Rhopalaea crassa, ascídias de cor fluorescente. Samuel Chow, 2006. In Wikipédia / Flickr. Licença CC BY 2.0.

Coleção Oceânicas Pioneiras.

Este material foi traduzido para português do Projeto Oceánicas que desenvolve várias atividades para celebrar e preservar o oceano.

Um dos trabalhos do projeto é  Oceánicas: pioneras de la oceanografía onde contam a história de 10 cientistas ilustres, algumas delas bastante esquecidas e desconhecidas. Desde a primeira e única mulher que deu a volta ao mundo durante a época das grandes explorações até mulheres atuais que lideram a luta pela Conservação do Oceano – grande sonho da Década do Oceano (2021-2030) que iniciou em 2021.

Todas as Oceânicas são referências maravilhosas, necessárias e inspiradoras às jovens que sonham ser cientistas e pesquisadoras marinhas. A Mudança Climática, a Sobrepesca e a Contaminação ameaçam transformar o oceano para sempre. Isto torna o acesso equitativo de mulheres e homens a todos os campos das ciências marinhas, incluindo a sua presença em postos de responsabilidade, mais necessário do que nunca.

Temos um desafio enorme e precisamos contar com todos os talentos da humanidade, Para nos inspirar, vamos conhecer hoje mais uma mulher, cientista marinha autodidata – uma Argonauta do Oceano.

30 anos estudando a Biodiversidade do Bentos entre a África e a Antártica

Ana Ramos nasceu em 1950 e cresceu numa antiga vila de pescadores em Málaga na Andaluzia, Espanha. 

O pátio de sua casa abria-se diretamente para o Mar Mediterrâneo, que desde muito cedo marcou sua vida. Porém, depois de estudar Ciências Biológicas em Granada e alguns anos de grande sacrifício até conseguir uma vaga no Instituto Espanhol de Oceanografia, os protagonistas de seu trabalho seriam outros mares: a Antártica e as Costas da África.

Mapa de relevo do Mar Mediterrâneo, trecho da costa espanhola com Málaga indicada. Google Mapas.

Junto com outros três colegas do Instituto Espanhol de Oceanografia, Ana participou da primeira expedição espanhola ao continente congelado em 1986 e desde então, ao longo de mais de 20 anos, coordenou um projeto de estudo da biodiversidade do fundo do mar da Antártica Ocidental

Veja a entrevista com Ana Ramos, pesquisadora do Projeto BENTART ,

“Aún falta mucho por descubrir en la Antártida” na Revista Eletrônica IEO, julho de 2008, páginas 24-26.

Uma vida sem obstáculos deve ser muito chata.

Paralelamente, atuou na gestão da pesca de alto mar no Noroeste da África e, junto com sua equipe, foi pioneira na introdução do estudo do bentos de forma sistemática nesses países. 

Algas marinhas e dois moluscos “chitons” em uma piscina de maré. Crédito Jon Sullivan (PD Photo.org). In Wikipédia.
Licença de Dedicação ao Domínio Público.

Aos 70 anos, a ideia de se aposentar não passa pela sua cabeça.

Em 2019, aposentou-se como cientista do IEO, mas hoje continua seu trabalho como professora emérita da Universidade de Vigo. 

Enquanto tiver forças, continuará a trabalhar para proteger a biodiversidade do fundo do mar da África e apoiar o treinamento de cientistas africanos.

Até a próxima Oceânica!

O texto original pode ser obtido aqui. E o livro completo com as 10 Oceânicas Pioneiras aqui.

Todo o material original está disponível com a Licença Creative Commons CC BY NC ND. 2021 – Licencia CREATIVE COMMONS Reconocimiento-NoComercial-SinObraDerivada 4.0 Internacional

Para saber mais

Conheça mais sobre a Antártida nas publicações da Coleção Explorando o Ensino:

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