Pacoba (Banana): as folhas de enrolar.

Autoras: Tania Goldbach, Larissa Farias.

PASSEIOS PELO JARDIM DIDÁTICO MARIA DE LOURDES BARRETO SANTOS.

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Bananeira no Jardim Didático Maria de Lourdes Barreto Santos. (c) Larissa Farias, 2019.

MINHA IDENTIDADE

Nome popular: Bananeira.

Nome científico: Musa sp. (não identificada)

Outros nomes: pacoba ou pacova (do tupi pa’kowa que significa “folha de enrolar”).

Classificação: Plantas herbáceas.

Espécie ameaçada de extinção: ( ) Sim.   (X) Não.

MINHAS HISTÓRIAS

Meu nome popular é originário das línguas serra-leonesa e liberiana (costa ocidental da África), e foi incorporado pelos portugueses à sua língua.

Não se pode indicar com exatidão a minha origem, pois ela se perde na mitologia grega e indiana. Atualmente admite-se que seja oriunda do Oriente, do sul da China ou da Indochina. Há referências da sua presença no sudeste asiático, na Índia, na Malásia e nas Filipinas, onde tem sido cultivada há mais de 4.000 anos. A história registra a antiguidade da cultura dessa planta.

Fui inserida no território brasileiro durante o Mercantilismo, época das Grandes Navegações. Mas segundo Moreira (1999), as bananeiras existem no Brasil desde antes do seu descobrimento. Quando Cabral aqui chegou, encontrou os indígenas comendo in natura bananas de um cultivar muito digestivo que se supõe tratar-se da ‘Branca’ e outro, rico em amido, que precisava ser cozido antes do consumo, chamado de ‘Pacoba’ que deve ser o cultivar Pacova. A palavra pacoba, em guarani, significa banana. Com o decorrer do tempo, verificou-se que a ‘Branca’ predominava na região litorânea e o ‘Pacova’, na Amazônica.

Por conta das condições parecidas com meu habitat, apresentei alta dispersão pelo país, sendo atualmente um ícone cultural do Brasil e também muito usada na culinária, sobretudo nas regiões Sudeste e Nordeste.

COMO ME RECONHECER?

Tenho mudas que apresentam um pseudocaule (caule formado por banhas foliares) fino, sendo seguido por folhas bem largas, divididas em 2 ramos. A altura da muda pode chegar a 1 metro de comprimento.

Quando atinjo a maturidade, meu tronco é espesso e possuo novos ramos de folhas da mesma largura de antes. Para dar os frutos, desenvolvo um cacho, que só se desprenderá de mim quando as bananas estiverem no ponto para o consumo.

HABITAT / ORIGEM

Prefiro climas tropicais, com abundância de água e solo firme.

É comum que eu seja plantada perto de corpos hídricos, como rios.

Sou encontrada ao longo de todo litoral brasileiro, nas regiões de Mata Atlântica, além de ainda ser cultivada no meu local de origem.

NATUREZA E ARTE

Apareço em muitas obras do pintor José Inácio Alves de Oliveira que exaltava a cultura sergipana e a natureza brasileira. Veja alguns de seus quadros aqui.

CUIDADOS E SAÚDE

Tenho um vasto uso na medicina popular.

Minhas flores são usadas na bronquite, disenteria e úlceras e, quando cozidas, são dadas aos diabéticos.

Possuo uma seiva adstringente que é empregada em casos de histeria, febre, hemorragia, disenteria, hemorroidas, picadas e mordidas de insetos e outros animais.

REFERÊNCIAS

  • SCARANO, Fabio R. et al. Biomas brasileiros: retratos de um país plural, Rio de Janeiro. Casa da Palavra, 2012.
  • LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP, Editora Plantarium, 1a edição, 1992.
  • MOREIRA, R. S. Banana: teoria e prática de cultivo. 2ª ed. São Paulo: Fundação Cargill, 1999. CD-ROM.
  • ROYAL BOTANIC GARDENS, KEW AND MISSOURI BOTANICAL GARDEN. (Org.). The Plant List: A working list of all plant species. The Plant List, 2013. http://www.theplantlist.org/.

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