A Rosa do Deserto

Passeios pelo Jardim Didático Maria de Lourdes Barreto Santos.

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Rosa do Deserto, Jardim Didático Maria de Lourdes Barreto Santos, © Paulo Henrique Colonese, 2020.

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MINHA IDENTIDADE

Nome popular: Rosa do deserto.

Outros nomes: flor do deserto.

Nome científico: Adenium obesum. (com muitas variações: A. arabicum, A. arboreum, A.  denium coetaneum, A. honghe, A. micranthum, A. socotranum, A. somalense, A. speciosum, A. tricholepis, Cameraria obesa e Nerium obesum pois fui “nomeada” por muitos biólogos.

Espécie ameaçada de extinção: ( ) Sim. (x) Não.

MINHAS HISTÓRIAS

Sou popularmente chamada de rosa do deserto. Mas, cuidado! Minhas sementes têm sido vendidas de forma fraudulenta de sementes de Adenium comum como sendo de híbridos com cores e formatos inexistentes.

COMO ME RECONHECER?

Sou um arbusto suculento sempre-verde ou seco-decíduo (que também pode perder suas folhas durante períodos de frio, ou de acordo com a subespécie).

Cresço bem em solo seco, bem-drenado, clima quente e seco. Mas não tolero geadas ou congelamento e posso alcançar de um a cinco metros de altura, com meu cáudice basal inchado e robusto.

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As folhas são dispostas em espiral, agrupadas em direção às pontas dos ramos, de forma simples, com textura de couro, com 5 a 15 cm de comprimento e 1 a 8 cm de largura. As flores são tubulares, 2-5 cm de comprimento, com a parte externa 4-6 cm de diâmetro com cinco pétalas, semelhantes aos de outros gêneros relacionados, como as minhas “primas” Plumeria e Nerium.

As flores tendem a vermelho e rosa, muitas vezes com um rubor esbranquiçado para fora da garganta.

Minhas sementes são cilíndricas, longas e estreitas, de 1,0 a 1,4 centímetros de comprimento, de cor castanha, com longos tufos de pelo branco de cor castanho dourado nas duas extremidades (papus) para que sejam levadas pelo vento e assim se espalhem.

Ilustração de Skye Young sobre a minha anatomia e reprodução.

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HABITAT / ORIGEM

Pertenço à família Apocynaceae, e sou nativa das regiões do Sahel, ao sul do deserto do Saara (desde a Mauritânia e Senegal até o Sudão), e da África tropical e oriental e subtropical do sul e da Arábia.

Região de Sahel, África.

NATUREZA, HISTÓRIA E ARTE

Sou inspiração de muitos artistas que expressam a beleza do ambiente africano.

Mourning Wheatears, do artista plástico Neil Allen, uma das várias pinturas a óleo para o Sultanato de Omã. São mostrados pássaros machos e fêmeas, empoleirados na rosa do deserto Adenium obesum em um ambiente do sul de Omã (Dhofar).

Instalação artística Cactáceas e Suculentas Dzityá, de Alejandro Megáh, Yucatán, México.

CUIDADOS E SAÚDE

A seiva de minhas raízes e caules contém 30 glicosídeos cardíacos semelhantes ao encontrado na Digitalis. Esta seiva é usada como veneno em flechas para caçar grandes animais em grande parte da África e como uma toxina para pesca de peixes.

Também sou usada na medicina tradicional em diferentes países da África.

Em Sahel, uma decocção de minhas raízes, sozinha ou em combinação com outras plantas, é usada para tratar doenças venéreas. Um extrato da raiz ou casca é usado como banho ou loção para tratar doenças de pele e matar piolhos. E o meu látex pode ser aplicado em dentes em decomposição e feridas sépticas.

Na Somália, uma decocção da raiz como gotas para o nariz é prescrita para a rinite.

No norte do Quênia, o látex é esfregado na cabeça contra piolhos e hastes são aplicadas para matar parasitas da pele de camelos e do gado. E a minha casca é mastigada como abortiva.

REFERÊNCIAS

  • KINUPP, V.F., LORENZI, H. (2017) Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil. Reimpressão, São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora.
  • LORENZI, H. (2015) Plantas para jardim no Brasil – herbáceas, arbustivas e trepadeiras. 2ª ed., São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora.
  • LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP, Editora Plantarium, 1a edição, 1992.
  • SCARANO, Fabio R. et al. Biomas brasileiros: retratos de um país plural, Rio de Janeiro. Casa da Palavra, 2012.

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