MusiCiência: A dona do vento sou eu

Capa: Antes de uma tempestade no horizonte. Pintura. Gustave Courbet. Wikipédia. Licença Domínio Público.

A dona do vento sou eu

Autor: Paulo Cesar Pinheiro / Pedro Caminha

Intérprete: Maria Bethania

Letra

O raio de Iansã sou eu

Cegando o aço das armas de quem guerreia

E o vento de Iansã também sou eu

E Santa Bárbara é santa que me clareia

A minha voz é o vento de maio

Cruzando os ares, os mares, o chão

Meu olhar tem a força do raio

que vem de dentro do meu coração

O raio de Iansã sou eu

Cegando o aço das armas de quem guerreia

E o vento de Iansã também sou eu

E Santa Bárbara é santa que me clareia

Eu não conheço rajada de vento

mais poderosa que a minha paixão

Quando o amor relampeia aqui dentro,

vira um corisco esse meu coração

Eu sou a casa do raio e do vento

Por onde eu passo é zunido, é clarão

Porque Iansã, desde o meu nascimento,

tornou-se a dona do meu coração

O raio de Iansã sou eu…

“É vista quando há vento e grande vaga

Ela faz um ninho no rolar da fúria

e voa firme e certa como bala

As suas asas empresta à tempestade

Quando os leões do mar rugem nas grutas,

Sobre os abismos, passa e vai em frente

Ela não busca a rocha, o cabo, o cais

Mas faz da insegurança a sua força

e do risco de morrer, seu alimento

Por isso me parece imagem justa

Para quem vive e canta

no mau tempo”

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