Oceânicas pioneiras: Cristina Romera Castillo

Capa: Ilustração de Cristina Romera Castillo . Crédito Projeto Oceánica.

Coleção Oceânicas Pioneiras.

Este material foi traduzido para português do Projeto Oceánicas que desenvolve várias atividades para celebrar e preservar o oceano.

Um dos trabalhos do projeto é  Oceánicas: pioneras de la oceanografía onde contam a história de 10 cientistas ilustres, algumas delas bastante esquecidas e desconhecidas. Desde a primeira e única mulher que deu a volta ao mundo durante a época das grandes explorações até mulheres atuais que lideram a luta pela Conservação do Oceano – grande sonho da Década do Oceano (2021-2030) que iniciou em 2021.

Todas as Oceânicas são referências maravilhosas, necessárias e inspiradoras às jovens que sonham ser cientistas e pesquisadoras marinhas.

A Mudança Climática, a Sobrepesca e a Contaminação ameaçam transformar o oceano para sempre.

Isto torna o acesso equitativo de mulheres e homens a todos os campos das ciências marinhas, incluindo a sua presença em postos de responsabilidade, mais necessário do que nunca.

Temos um desafio enorme e precisamos contar com todos os talentos da humanidade,

Para nos inspirar, vamos conhecer hoje mais uma mulher, cientista marinha, uma Argonauta do Oceano

Cristina Romera Castillo nasceu na cidade de Jaén (Jaém ou Xaém), ao sul da Espanha, em 1982.

Hesitou entre estudar Belas Artes ou Ciências e, embora finalmente tenha decidido estudar Química, nunca parou de escrever e desenhar. Como ela mesma diz:

“a arte é essencial para a ciência e é preciso criatividade para investigar”.

Procurando temas para a sua tese, a química pura não o atraiu muito e encontrou nas ciências marinhas uma visão mais geral que lhe permitiu aprender um pouco mais sobre diversas disciplinas. Assim, Cristina acabou por fazer o seu doutoramento no Instituto de Ciências do Mar (Institut de Ciències del Mar) de Barcelona sobre as transformações que sofrem os compostos de carbono no ambiente marinho, estudos que são fundamentais para compreender o papel do oceano na regulação do clima do planeta.

Após o doutoramento, Cristina completou estadias em Miami e Viena e regressou à Barcelona para liderar o seu próprio projeto de investigação, estudo com o qual pretende contribuir para a procura de soluções para um dos principais problemas que o oceano enfrenta: a poluição plástica.

É quase impossível saber quanto plástico existe no mar. 

Uma das melhores estimativas, publicada em 2015, aponta para quase 150 milhões de toneladas. Mas, se a situação não mudar, esse mesmo estudo estima que em 2040 poderão acumular-se 600 milhões de toneladas. 

Outros estudos estimam que até 2050 haverá mais plástico do que peixes no mar. E é exatamente isso que vemos à medida que, ao longo dos anos, os plásticos se fragmentam, decompõem e libertam substâncias na água que podem causar efeitos adversos nos organismos marinhos e na saúde humana.

É precisamente nisso que Cristina está atualmente a concentrar os seus esforços, estudando a degradação do plástico no oceano:

  • que substâncias libertam,
  • como afetam os ecossistemas
  • ou que bactérias poderão acelerar este processo e ajudar a combater este gigantesco problema.

“Mais do que limpar, é urgente implementar meios para evitar que o plástico continue a chegar ao mar”.

Em 2020, foi reconhecida como uma das quinze jovens cientistas mais promissoras do mundo através do prémio “International Rising Talents” concedido pelo programa L’Oréal-UNESCO For Women in Science, sendo a primeira cientista marinha espanhola a conseguir este feito.

Para saber mais

Conheça mais o trabalho dessa jovem oceanógrafa defensora do Oceano Sem Plásticos, clicando aqui.

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