MusiCiência: Sua Majestade, o Rei Sol

Capa: Sol visto em Raios-X, 29 outubro de 2010. Crédito NuSTAR/SDO/NASA. Acervo APOD/NASA.

G.R.E.S. Acadêmicos do Sossego, 2011.

Autor do enredo/ carnavalesco: Fabianno Santana.

Compositores: Bira do Canto, Luiz Carlos Paiva, Ivan D’Wanda, Wilson King, Luis Foca, Mario da Vila Progresso, Márcio, Chiliquinho, Ginha, Ângela Vidal, Ângelo dias e Jorginho
Intérprete: Anderson Kybba e Clóvis Pê

SAMBA DE ENREDO

Nasceu o Sol da escuridão, sagrado rei senhor
Do arrebol luas e estrelas a lhe acompanhar
E a corte sideral, soberania no Sistema Solar.
Enredo da minha canção vem brilhar
Sossego iluminando a Avenida
O povo canta, o povo vibra de emoção

Desceu do céu
Lindos raios de felicidade
E encantou
o mundo a cultuar sua divindade

Então, encontrou a Natureza como par
Tomando enfim o controle da existência terrena
Os ciclos naturais
Seus quatro filhos, quis presentear
As estações que estão a governar
Cantando e dançando
Na rua ou no mar
Vou brincar.

Seu dourado me seduz
Traz alegria na explosão da bateria
O astro brilha na eternidade
Eu sou Sossego, sou felicidade

SINOPSE DO ENREDO

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.. E escuridão descia à face do abismo, quando o Deus eterno, que pairava ao semblante do nada determinou: Exista luz! E houve luz. A luz era boa, sagrada e divina; e então separou a luz da escuridão. Fez-se o dia, se fez a noite.

Do início celestial a sua majestade, o Rei Sol, acabara de nascer! A partir de então uma corte sideral se fez. Nos confins do Universo, no sistema solar, nasceram as estrelas na expansão dos céus, para iluminar a terra e acompanhar, como guardiãs, o grande rei, nasceram os planetas para compor o clero divino do sistema solar, vieram os transnetunianos, como sacerdotes do Paço Imperial, as luas como condessas da noite e os asteroides como monarcas. Estava formada a realeza…

A nobre corte no espaço negro e obscuro.

O Rei Sol, senhor de horizontes infinitos desceu místico para a Terra e encarnou-se à semelhança do homem como Deus e correu o mundo com diferentes nomes… Condecorado astro Rei, adorado, aclamado, o Senhor respeitado por quase todas as civilizações da antiguidade, cultuado nos quatro cantos do mundo, como o rei da vida.

Quando o Sol encarnou na Grécia, Olimpo, morada dos mais belos deuses, se chamou Hélio que vagava nos céus em sua biga de fogo com cavalos sagrados.

Cúpula dos Banhos Térmicos de Széchenyi. Pierra Bona, 2010. In Wikipedia. Licença CC-BY-SA-3.0.

No império romano, o Sol encarnou como o Deus Febo, filho de Júpiter com Latona. Personificava a luz e era a mais bela divindade de Roma…

Nas Cordilheiras dos Andes (Montes Andinos), renasceu como Viracocha, divindade invisível, considerado como o esplendor original, o Senhor do Sol, Mestre do Mundo, sendo o primeiro Deus dos antigos Incas.

Portal do Sol da civilização Tiwanaku na Bolívia. Crédito Mhwater, 2006. In Wikipedia. Licença Dedicação ao Domínio Público.

Nas Terras Negras (férteis), nome do Antigo Egito, o Sol, assume a divindade da natureza humana em um Deus zoomórfico chamado , o principal ídolo da mitologia egípcia, um ser com cabeça de falcão conhecido como o deus do sol.

Relevo da tumba de Ramsés IV (Horus e Amon). Crédito Hotepibre. In Wikimedia Commons. Licença CC-BY-SA-2.5.

Sua majestade, o Sol, soberano e absoluto Rei celestial depois de descer à Terra e encarnar como Deus, se casa com a mãe Natureza e toma para si os ciclos naturais que governam a existência na Terra.

Do casamento do Sol com a Natureza, nascem quatro irmãos, que se tornam antigos espíritos do mundo. Dois deles se chamam Equinócios e governam o Outono e a Primavera, os outros dois se chamam Solstícios e imperam no Inverno e no Verão. Juntos, determinam a roda do ano no calendário do sol.

A vida humana passa então a girar em torno do grande rei que dá de presente para cada um de seus filhos uma Estação e se inicia a eterna dança entre as sementes do Outono e as flores da Primavera, o frio do Inverno e o calor do Verão.

O rei Sol existe há milênios. Nasceu da escuridão celeste, desceu à Terra como Deus, casou-se com a Natureza, concebeu filhos, (as Estações do ano) e hoje, na modernidade, é o grande Rei da Alegria e tem adoradores por todo lugar.

Na praia Ele é festejado e louvado, os guarda-sóis são templos, e os praieiros os seus seguidores.

Nas micaretas e nos lindos blocos de rua do Rio de Janeiro, Ele é cantado e dançado, os abadás são a indumentária sagrada, a coreografia o rito santificado e a música o louvor. Todos saem na rua com a alegria do Sol. Os turistas que correm o mundo em busca do Sol, por fim, ressurgem como peregrinos em uma jornada de devotos em busca da alegria. Seus chapéus, roupas floridas e suas máquinas fotográficas, a exemplo, são ornamentos sacros. Tudo isso para reverenciar o grande Rei; a alegria.

O Sol nasceu para emanar luz aos quatro cantos do mundo e exterminar a escuridão da alma humana. Ele apaixona todo espírito quando desce ao entardecer em poente e renova toda esperança quando volta nascente no horizonte.

Salve o Sol! Sua majestade, o Rei Sol

Designer de Carnaval: Fabianno Santana.

Fonte

Galeria do Samba, Rio de Janeiro. https://www.galeriadosamba.com.br/escolas-de-samba/academicos-do-sossego/2011/

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