Celso Sánchez Pereira. Biólogo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social, Cátedra UNESCO de Desenvolvimento Durável pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), atuando na Graduação e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Coordena o Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde el Sur, GEASur/UNIRIO.
Falta-me o ar520 anos, sufoco
falta-me a terra
o alimento
o teto
falta-me o teu olhar
Mandaram-me amar a Pátria
mas não sei onde está
falta-me tanto
que de tanto faltar
falta-me medo
falta-me tanto
no covil dos covardes
covid- 19
e suas 17 covas
onde se enterraram sonhos
Falta-me o ar
“o Brasil é uma forma de violência”
Tire seu joelho de meu pescoço!
Desafoga-me
Falta-me tudo
do lado de cá dessa margem
menos coragem
sou a voz asfixiada
de tantos que quiseram calar
sou a semente de onde
não posso mais voltar
sou punho cerrado
lançado em resistência
ao ar
falta-me tudo
menos coragem
não vão me calar.
Dedico esse singelo poema, feito em homenagem à todas as vitimas de racismo estrutural, que morreram pela violência de estado e para todas as crianças assassinadas pela polÍcia do Rio de Janeiro.
Poema lido na Conversa com Pesquisadores Meio Ambiente e Pandemia: perspectivas futuras para a humanidade transmitida em 5 de junho de 2020, como parte das ações do Dia Mundial do Meio Ambiente.
Muito obrigado
Fico honrado e profundamente grato pela divulgação
Viva o ECV!!!!
Poesia como a síntese poética entre razão e emoção que me fala e fala por mim! Muito bom Celso.
A honra foi nossa. Foi bom demais te ouvir…