Capa: Esfera armilar, Parque Astronômico La Punta.
Série AST: Astronomia sem Telescópio. Modelos.
Adaptado de Horacio Tignanelli, El Solar de las Miradas, no Parque Astronómico La Punta. PALP.
O próprio nome deste artefato dá indica que se trata de uma esfera materializada por meio de alguns poucos aneis. Se trata de um antigo instrumento, presumivelmente grego, cuja função original era representar os círculos de referência celeste principais, com os quais é possível conhecer a posição e o movimento dos astros.
Alguns historiadores consideram que foi inventada no ano 255 a.C. pelo astrônomo Erastóstenes de Alexandria.
Em geral, era utilizada para
- ensinar Astronomia,
- compreender o movimento aparente das estrelas fixas e dos planetas,
- fazer alguns cálculos de geometria esférica,
- e advertir a posição dos astros em diferentes épocas.
É conhecido como instrumento didático desde o século III a.C., enquanto que sua utilização para predizer observações é atribuída a Hiparco de Niceia e a Claudio Ptolomeu.
Durante a Idade Média, as esferas armilares se convertem em instrumentos muito populares entre os astrônomos. Tycho Brahe, em particular, montou várias, de grande tamanho, em seus Observatórios de Hven. Mas o auge das esferas armilares começou a declinar no ano 1600.
Representava o sistema ptolemaico que posiciona a Terra no centro do universo; o planeta se materializava com uma esfera de marfim ou madeira. Em geral, eram construídos com um certo número de aneis inseridos um no outro, representando o Equador Celeste, a Eclíptica, o Horizonte, o Meridiano local, entre outros círculos de referência.
Cada fragmento eclíptico que representava uma constelação do Zodíaco ocupava 30° no anel horizontal; e isto tornava possível estimar a posição do Sol na eclíptica em cada época do ano e em qualquer lugar da Terra.
Deste modo, dirigida a Esfera Armilar até um astro, se pode identificar sua posição no céu e, em alguns modelos, até estimar o valor de algumas coordenadas celestes, ao ler a projeção de sua posição sobre umas escalas graduadas. Eram usadas para explicar as estações do ano e outros elementos de Astronomia de posição e mecânica celeste.
Em certo modelo, no qual o eixo da esfera armilar representa o eixo do mundo, sua sombra sobre uma escala graduada gravada no anel que representa o Equador celeste, permitia determinar o tempo solar verdadeiro.
O anel meridiano que une os dois polos era graduado de 0° a 90° nos quatro quadrantes para indicar a latitude. Com ele girava a esfera celeste, formada pelos círculos polares (ártico e antártico), os trópicos (Câncer e Capricórnio) e a eclíptica que tinha as constelações zodiacais gravadas.
NO EL SOLAR DE LAS MIRADAS
A Esfera Armilar incluída no El Solar de las Miradas, forma parte da coleção de instrumentos de mão guardadas na Torre de Observação.
No artefato, os três círculos internos possuem um diâmetro de 15 cm, enquanto que o diâmetro dos três externos é de 20 cm.
A vareta que representa o eixo do mundo é de 30 cm de comprimento e possui 0,6 cm de diâmetro.
Os seis círculos articulam em dois pontos com esta vareta.
Os materiais empregados foram barras de ferro de 19 mm por 1,2 mm, e lâminas de bronze de 0,5 cm de espessura.
Matéria muito importante para quem se interessa pelos astros. Através das Esferas Armilar essa compreensão se torna mais clara. FANTÁSTICO encontrar um observatório dessa importância, em pleno Parque do Ibirapuera-SP. Isto deveria ser exportado para cada cidade, para que seus habitantes pudessem compreender melhor a importância dos fenômenos astronômicos em nossas vidas, há muito incompreendidos pela sociedade moderna e tecnológica, UM PARADOXO! GEOabraços