PAPEL FOTOGRÁFICO E A LUZ ULTRAVIOLETA
Com a descoberta recente da luz infravermelha por Herschel, Johann Wilhelm Ritter resolveu investigar a outra extremidade do espectro luminoso. Haveria algo além do violeta? Ritter realizou, então, experimentos para investigar a existência de energia além da extremidade violeta do espectro visível.
Em 1801, ele estava aprendendo sobre o cloreto de prata usado em papel fotográfico, que se torna escuro quando exposto à luz. Ritter sabia que o papel fotográfico fica preto mais rapidamente sob luz azul do que sob luz vermelha, e resolveu expor o papel à região além do violeta do arco-íris.
Como Herschel, Ritter direcionou a luz solar de modo que atravessasse um prisma e criasse um espectro luminoso (arco-íris).
Colocou então o cloreto de prata sob cada cor do espectro e observou uma pequena mudança na parte vermelha do espectro, escurecendo em direção a região violeta.
Johhann W. Ritter decidiu então colocar a cloreto de prata um pouco além da luz violeta visível do espectro, em uma região aonde não incidia visivelmente a luz solar. Para sua surpresa, esta região mostrou a reação mais intensa de todas, escurecendo o papel fotográfico.
Isto demonstrou que uma “luz invisível” existia além do limiar violeta do arco-íris.
Ritter chamou este “novo tipo” de luz de “raios oxidantes”, mais tarde de “raios químicos”. Posteriormente, foram renomeados para luz ultravioleta ou radiação ultravioleta (ultra, além).
A luz ultraviolet (UV) possui comprimentos de onda menores do que a luz visível. Embora as ondas UV sejam invisíveis ao olho humano, alguns aracnídeos como escorpiões e insetos, como abelhas podem enxergá-las.
Em 1878, foi descoberto que a luz UV de pequeno comprimento de onda tem efeito esterilizante, matando bactérias. Em 1903, foi estabelecido que os comprimentos de onda mais efetivos estavam ao redor de 250 nanômetros.
A descoberta da radiação UV com comprimentos de onda menores do que 200 nm foi feita em 1893 pelo físico alemão Victor Schumann, e foram batizadas de “UV de vácuo” porque é fortemente absorvida pelo oxigênio na atmosfera.
E em 1960, o efeito destrutivo do UV sobre a molécula de DBA foi descoberto.
O Sol é uma fonte de todo tipo de radiação ultravioleta, que é atualmente dividida em 3 grupos, de acordo com sua periculosidade (danos à SAÚDE).
- raios UV-C (100–280 nm) são os mais destrutivos e são quase completamente absorvidos pela atmosfera terrestre.
- raios UV-B ( 280–315 nm) são perigosos pois causam queimaduras solares. A exposição a raios UV-B aumenta o risco de danos no DNA e nas células de seres vivos. Felizmente, cerca de 95% dos raios UV-B são absorvidos pelo Ozônio na atmosfera da Terra.
- raios UV-A (315–400 nm) são menos perigosos, não são muito absorvidos pela camada de ozônio e são utilizados em equipamentos luminosos como a luz negra.
- violeta (390 – 455 nm) luz visível violeta.
A ASTRONOMIA utiliza outra classificação em seus estudos celestes:
- UVE – UV extremo – (EUV: 10– 31 nm).
- UVD – UV distante (10 a 200 nm)
- UV próximo (200 – 380 nm, mais próximo da luz visível),
ASTRONOMIA ULTRAVIOLETA
Como a atmosfera terrestre absorve a maior parte da radiação ultravioleta de alta energia, os pesquisadores usam dados de satélites orbitais posicionados acima da atmosfera terrestre.
Fora da atmosfera, as sondas dos satélites captam a radiação UV proveniente do Sol e outros objetos astronômicos. Os astrônomos podem estudar a formação de estrelas com a luz UV pois as estrelas jovens emitem luz principalmente em UV.
A sonda da NASA, GALEX (Galaxy Evolution Explorer) revelou estrelas jovens nos braços espirais da galáxia M81.
Fonte:
- Série Espectro Eletromagnético (Electromagnetic Spectrum Series): https://science.nasa.gov/ems/10_ultravioletwaves