Dia Mundial Contra a Hanseníase

No último domingo do mês de janeiro é comemorado o Dia Mundial contra a Hanseníase.

O Dia Mundial da Hanseníase tem um significado histórico que remonta ao trabalho de Raoul Follereau, um escritor e jornalista francês que dedicou sua vida à defesa das pessoas afetadas pela hanseníase. Ele iniciou o primeiro Dia Mundial da Hanseníase no último domingo de janeiro de 1954, coincidindo com o aniversário da morte de Mahatma Gandhi, que demonstrou grande compaixão pelos pacientes com hanseníase.

Desde então, o Dia Mundial da Hanseníase é comemorado globalmente, com o objetivo de conscientizar, dissipar mitos e promover o diagnóstico e tratamento precoce da hanseníase. Embora tenham sido feitos progressos no combate à doença, o dia continua a ser um lembrete de que a doença ainda não está completamente erradicada e que os esforços devem ser sustentados para atingir este objetivo.

A hanseníase (antigamente conhecida como lepra) é uma doença infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen.

A transmissão ocorre por meio de contato próximo e contínuo com o paciente não tratado. Sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa infectada e apresenta múltiplas manifestações clínicas, exteriorizadas, principalmente, por lesões dos nervos periféricos e cutâneas com alteração de sensibilidade.

“Apesar de ser uma doença da pele, é transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva do paciente. Afeta primordialmente a pele, mas pode afetar também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Ao penetrar no organismo, a bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente. O período em que a bactéria fica escondida ou adormecida no organismo é prolongado, e pode variar de dois a sete anos”, explica o médico dermatologista Egon Daxbacher.

Embora tenha cura, a doença pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento for inadequado. Atualmente, o Brasil é o segundo país com mais casos da doença, atrás somente da Índia. Por ano, são registrados cerca de 30 mil casos nos vários estados brasileiros, incluindo adultos e crianças.

O atendimento da hanseníase compreende equipe multiprofissional, tendo o médico dermatologista um importante papel no diagnóstico, e envolve a avaliação clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora, etc. Se o dermatologista desconfiar de alguma mancha ou caroço no corpo do paciente, poderá fazer uma biópsia da área ou pedir um exame laboratorial para medir a quantidade de bacilos.

A orientação da Sociedade Brasileira de Dermatologia é que as pessoas procurem uma Unidade Básica de Saúde assim que perceberem o aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se a área apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque, e também quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família. Após iniciado o tratamento, o paciente para de transmitir a doença imediatamente.

Saiba mais sobre a doença, aqui!

Participe

Aqui estão algumas maneiras significativas de participar do Dia Mundial da Hanseníase:

• Aprenda sobre a hanseníase: Reserve um tempo para se educar e a outras pessoas sobre a hanseníase, seus sintomas e como ela é transmitida. O conhecimento é uma ferramenta poderosa para dissipar mitos e reduzir o medo.
• Apoie organizações que lidam com hanseníase: Contribua para organizações e instituições de caridade dedicadas à conscientização, tratamento e pesquisa sobre hanseníase. Suas doações podem causar um impacto significativo na vida das pessoas afetadas pela doença.
• Divulgue a Conscientização: Use as mídias sociais e outras plataformas para compartilhar informações sobre o Dia Mundial da Hanseníase e seu significado. Incentive seus amigos e seguidores a participar da conversa e apoiar a causa.
• Organize ou participe de eventos: Participe de eventos, seminários ou webinars relacionados à conscientização e ao tratamento da hanseníase. Esses eventos geralmente apresentam especialistas que podem fornecer informações valiosas.
• Defensor da Inclusão: Denuncie contra a discriminação e o estigma associados à hanseníase. Defender os direitos e a inclusão dos indivíduos afetados pela doença em todos os aspectos da sociedade.

Em 2023, foi uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre a doença e combater o estigma e da discriminação relacionados à hanseníase. O tema da campanha de 2023 foi

“Agir agora. Acabar com a Hanseníase”

e chamou a atenção para três mensagens principais:

• A eliminação é possível: temos o poder e as ferramentas para interromper a transmissão e acabar com a doença.
• Aja agora: precisamos de recursos e comprometimento para acabar com a hanseníase. É preciso priorizar a eliminação da hanseníase.
• Alcançar os não alcançados: a hanseníase é evitável e tratável. Sofrer de hanseníase é desnecessário.

Tema 2024

O tema do Dia Mundial da Hanseníase de 2024 é

“ Acabar com o Estigma, Abraçar a Dignidade ”.

Este tema resume o duplo objetivo do dia: erradicar o estigma associado à lepra e promover a dignidade das pessoas afetadas pela doença.

O tema “Acabar com o Estigma, Abraçar a Dignidade” serve como um poderoso lembrete da necessidade de abordar os aspectos sociais e psicológicos da lepra, juntamente com os esforços médicos para eliminar a doença. Apela a um mundo onde a lepra não seja mais uma fonte de estigma, mas sim uma oportunidade para demonstrar compaixão e respeito por todos os indivíduos.

Saiba mais em:

Biblioteca Virtual em Saúde: Janeiro Roxo, mês nacional de combate à Hanseníase.

Biblioteca Virtual em Saúde Hanseníase em https://hansen.bvs.br/