Uma grande influência que ajudou a pensar as ações do Espaço Ciência Viva foi a interação com o grupo de teatro, coordenado por Amir Haddad, o Tá Na Rua.
O grupo leva o teatro para a rua, transformando o cidadão curioso que está passando em artista.
Uma forma de transcender a distinção ator e público, integrando os participantes que desejam participar e atuar.
Com eles, aprendemos a levar a Ciência para as ruas e o significado mais profundo da música “Nos bailes da Vida”, ao afirmar que “Todo artista tem de ir aonde o povo está”. Aprendemos a convidar os cidadãos a Fazer Ciência conosco, transcendendo a fronteira cidadão e cientista.
Ao levar a Astronomia para as praças, juntos, éramos o Tá Na Rua e o Tá Na Lua, com a arte e ciência nos revelando os encantos do Universo, marcados pelo encontro fascinante de Galileu Galilei e Bertolt Bretch.
Ao levar o Corpo Humano para as praças, o microscópio e o teatro da “Corrida dos Espermatozoides”, provocavam, juntos, reflexões sobre anatomia, microscopia, sexualidade humana, racismo e preconceito.
MANIFESTO TÁ NA RUA.
Ser artista é uma possibilidade
que todo ser humano tem,
independente de ofício, carreira ou arte.
É uma possibilidade
de desenvolvimento pleno,
de plena expressão, de direito à felicidade.
A possibilidade de ir ao encontro
de si mesmo, de sua expressão, de sua felicidade,
plenitude, liberdade, fertilidade
É de todo e qualquer ser humano.
Isso não é um privilégio do artista,
é um direito do ser humano
— de se livrar de seus papéis,
de exercer suas potencialidades e de se sentir vivo.
Todo mundo pode viver sua expressão
sem estar preso a um papel.
Não se trata de ser artista ou não,
mas de uma perspectiva do ser humano e do mundo.
Não se trata só de todos os artistas serem operários,
mas também de todos os operários serem artistas.
Das pessoas terem relações criativas,
férteis e de transformação com o mundo,
a realidade, a natureza, a sociedade.
O homem não está condenado a ser só destruidor,
consumista, egoísta
como a sociedade nos leva a crer.