Murais Marinhos: Nãmakaokaha’i

Coleção: Artivismo Oceânico: Murais Marinhos.

Namakaokaha’i por Lauren Brevner, Canadá, 2019

Vamos conhecer e mergulhar no Mural Nāmakaokahaʻi apresentado pelo Projeto Sea Walls.

O mural foi desenvolvido por Lauren Brevner para a cidade de Waikulu, Havaí, em 2019.

Apresentamos abaixo uma pequena biografia da artista e também a apresentação do mural feita pelo projeto Sea Walls em sua série de cadernos para colorir dos murais selecionados nos oito anos do projeto.

Página do Mural Nāmakaokahaʻi no site oficial do SeaWalls.

Veja a página do mural no site da Sea Walls, clicando no link: https://seawalls.org/mural/namakaokaha%CA%BBi/

A Artista

O mural Nāmakaokahaʻi foi criado pela artista Lauren Brevner, em 2019, na região de Wailuku, localizada no Havaí, Estados Unidos.

Lauren nasceu e foi criada em Vancouver, Canadá. Ela cresceu em uma família com uma rica herança mista cultural e inspiracional. Em 2009, Lauren se mudou para Osaka, no Japão, com a intenção de se reconectar com suas raízes. Lá, ela foi aprendiz do artista e designer Sin Nakayamal e, desde então, ela começou seu trabalho como artista. Nakayamal, seu mentor, foi a inspiração que desencadeou sua jornada para a fruição autodidata.

As pinturas de Lauren envolvem principalmente a interpretação do retrato feminino. Ela brinca com camadas policromáticas; as figuras dentro das pinturas existindo em esferas surreais e isométricas. As mulheres incorporam força e feminilidade por meio de um silêncio sombrio. Seu olhar é uma narrativa miríade.

Lauren Brevner procura despertar para o tema das mulheres e sua representação na arte ao longo dos tempos. Seus retratos de mulheres servem para fortalecer ao invés de objetificar: um reflexo da vitalidade da sensualidade sobre a sexualidade.

Veja a produção de murais e obras de Lauren Brevner em suas redes sociais:

Tema do Mural: Sobrepesca

A pesca é um dos mais significativos impulsionadores do declínio em populações da fauna
oceânica. Pegar peixes não é ruim para o oceano em si, exceto quando os navios
capturam peixes mais rápido do que as espécies conseguem se recuperar – o que é chamado de sobrepesca.


O número de espécies sobrepescadas globalmente triplicou em meio século e hoje, um terço das pescas avaliadas no mundo estão muito acima de seus limites biológicos, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

A sobrepesca está intimamente ligada também à captura colateral (bycatch) – a captura de vida marinha indesejada durante a pesca de uma espécie diferente. É uma grave ameaça marinha que causa a perda desnecessária de bilhões de peixes, juntamente com centenas de milhares de tartarugas marinhas, aves marinhas e cetáceos.


Os danos causados pela sobrepesca vão além do ambiente marinho.

Bilhões de pessoas dependem de peixes para proteínas e a pesca é o principal meio de subsistência para milhões de pessoas em todo o mundo.

Fonte: Creative Coloring, SeaWalls. Pangeaseed Foundation.

Tome uma atitude!

Se você come frutos do mar (vida marinha), você pode ser um consumidor responsável da seguinte forma:

  • Opte por comer espécies que estão mais abaixo na cadeia alimentar. Pense em sardinhas em vez de atum.
  • Esteja atento às capturas feitas usando métodos de pesca não comerciais e mais sustentáveis, como a caça submarina e com linha e vara.
  • Consulte os guias do consumidor e coma apenas espécies consideradas sustentáveis. Confira o Guia de Consumo Responsável de Pescado produzido pelo WWF-Brasil.

No vídeo abaixo, a animação conta a história de um pescador e explica sobre o Guia do Consumo Responsável do Pescado.

Declaração da Artista

Inspirado na mitologia havaiana, escolhi representar o tema da sobrepesca com a minha
interpretação da deusa do mar, Namakaokaha’i.

No mural, as águas são vistas vazias e sem vida. Este visual, combinado com uma paleta mais limitada, enfatiza uma perda de cor e de vibração que o Oceano já teve.

O mural destaca um peixe-papagaio capturado por uma rede. Esse grupo de peixes é parte integrante da proteção da saúde dos recifes de corais, estando atualmente severamente sobrepescado no Havaí. Deste modo, é outra lembrança das muitas maneiras que a sobrepesca impacta o Oceano.

Como ARTivista, foi muito importante para mim criar uma mural que fosse visualmente envolvente, fácil de compreender e positiva ao carregar uma mensagem clara.

– Lauren Brevner.

Fonte: Creative Coloring, SeaWalls. Pangeaseed Foundation.

Conhecendo Os Peixes-Papagaio

Os peixes-papagaios são tecnicamente considerados herbívoros. No entanto, eles comem uma grande variedade de organismos em recifes de coral. Algumas espécies fazem dos pólipos de coral uma parte regular de sua dieta. Eles usam seus “bicos” para coletar algas e pólipos das superfícies de corais e rochas.

Os peixes-papagaio são muito ativos durante o dia e ficam nas águas mais rasas de baías. À noite, eles descansam em fendas e algumas variedades excretam uma espessa camada de muco para protegê-los. Mergulhando nas primeiras horas da manhã ou ao anoitecer, pode-se ver um pouco desse muco nas fendas das rochas e na formação de corais.

Os peixes-papagaio viajam em grupos e são muito indiferentes aos humanos. 

Eles podem variar de 18 a 60 centímetros de comprimento.

Eles pertencem à família Scaridae com quase 100 espécies em todo o mundo.

Entre as espécies mais conhecidas, temos:

O peixe-papagaio Olho Estrela (Calotomus carolinus) conhecido no Havaí como ponuhunuhu, tem faces e nadadeiras azuis brilhantes com corpo marrom. Eles também têm listras rosa ao redor dos olhos em um padrão de raios de estrelas. Seus olhos têm uma aparência protuberante.

Peixe papagaio (Calotomus carolinus). (c) jeyre. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.

O peixe-papagaio Barra Amarela (Scarus schlegeli)é principalmente azul com uma faixa amarela ou branca logo atrás de cada barbatana peitoral. Os machos apresentam listras amarelas e as fêmeas apresentam listras brancas. Eles também têm marcas vermelho-rosadas em sua mandíbula inferior.

Peixe papagaio Barra Amarela (Scarus schlegeli). (c) John Sear. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.

O peixe-papagaio de óculos (Chlorurus perspicillatus) tem uma cabeça romba e um corpo amplamente arredondado. As fêmeas (uhu ‘ahu’ ula) são marrons arroxeadas com uma faixa vermelha. Os machos (uhu uliuli) são azuis com uma sobreposição roxa nas margens da escala. Também existe uma marca amarela nas bases das barbatanas peitorais. Ambos os sexos têm barras em forma de sela bem à frente de seus olhos.

O peixe-papagaio cabeçudo (Bolbometopon muricatum) conhecido como uhu, é o mais comum dos peixes-papagaio grandes. Os machos têm centros amarelos e laranja com marcações azuis circundantes. As fêmeas são marrom-avermelhadas com uma série de manchas brancas na parte traseira e marcas vermelhas ao redor da boca.

Peixes-papagaio Cabeçudos (Bolbometopon muricatum). (c) pincetczy. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC.

Peixe-papagaio real (Hoplarchus psittacus), conhecidos como lauia, são vistos com menos frequência. As fêmeas são claras a vermelhas com listras claras no ventre. Os machos vão do rosa salmão ao laranja com marcações turquesa.

Os machos de peixe papagaio Nariz Pálido (Scarus psittacus) também chamado de uhu, são principalmente azuis, amarelos e rosa. As fêmeas são cinza manchado ou marrom oliva. Essa variedade normalmente tem menos de 25 centímetros de comprimento.

Peixe papagaio (Scarus psittacus). (c) philbenstead. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.

O peixe papagaio lábios vermelhos (Scarus rubroviolaceus), conhecido como uhu palukaluka, tem cabeças angulosas rombas. Os machos são verdes, turquesas ou roxos com um corpo em esquema de duas cores. As fêmeas são roxas e marrons com marcas de escamas escuras.

Peixe-papagaio (Scarus rubroviolaceus). Crédito: @breanddave. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.

Conheça outras espécies de Peixes-Papagaio no acervo do Portal iNaturalist.

Peixe papagaio bicolor (Cetoscarus bicolor). Jacek Madejski, 2006. Em Wikimedia Commons. Licença GNU FDL.

A Deusa Namaka do Oceano e das Águas

Namaka é a Deusa do Oceano e das Águas da Mitologia Havaiana, irmã de Pele, a Deusa do Fogo e Vulcões (criadora e destruidora, a devoradora da terra).

Namaka é uma das filhas de Ku-waha-ilo (“Ku da Boca de Verme”, uma das muitas variações ou encarnações do Deus da Guerra Ku, representado pelo nascimento do Sol) e de Haumea, a Deusa da Beleza, Fertilidade e Parto na mitologia havaiana.

Haumea é uma das deusas mais importantes do Havaí e a sua adoração está entre as mais antigas das Ilhas Havaianas.

Namaka tem muitos irmãos, tais como:

  • Pele, a deusa do fogo e dos vulcões, e criadora das ilhas havaianas.
  • Hi’iaka, deusa padroeira do Havaí, das dançarinas de hula, do canto, da feitiçaria e medicina. Foi levada para o Havaí por sua irmã Pele na forma de um ovo.
  • e Kamohoali’i, o deus tubarão-rei, podendo assumir a forma de qualquer peixe.

A mitologia expressa a batalha entre dois grandes elementos da Natureza: Pele (fogo, vulcões) e Namaka (águas, oceano), representada pela briga entre as duas irmãs Pele e Namaka, que faz Pele buscar um lugar onde possa viver abrigada das forças oceânicas.

No curta animado Pele & Hi’iaka, observamos a luta entre essas duas grandes forças: água e fogo.

Com ajuda de seu irmão Tubarão, Pele finalmente chega às Ilhas Havaianas, uma região onde a vida sobrevive no delicado equilíbrio dessas forças titânicas da Natureza.

Veja as animações sobre essas relações Natureza, Vida e Animais abaixo:

Pele procura um Lar

Menehune e os Pássaros

Por que Mau’i capturou o Sol?

Maui é um dos personagens da animação Moana!

Conheça outras animações sobre a cultura havaiana no Canal Keiki TV!

Haumea, Hi’iaka e Namaka: Do Oceano ao Espaço!

Em 2004 a descoberta de um astro do Sistema Solar no Cinturão de Asteroides Kuiper foi anunciada por uma equipe que afirma ter coletado os dados em 2003. E o astro recebeu a denominação de 2003 EL61.

Ele foi descoberto em 2004 pelo Observatório Astronômico W. M. Keck que comporta dois telescópios operando no espectro visível e infravermelho próximo, situado no cume do monte Mauna Kea, no Havaí. E também foi descoberto pela equipe do Observatório Sierra Nevada, coordenada pelo astrônomo Jose-Luis Ortiz, na Espanha.

Em 2005, foram descobertas duas luas do astro, o que provocou repensar o astro como um possível planeta.

O grupo espanhol sugeriu o nome da Deusa Ibérica do Submundo Ataecina. E o grupo havaiano, sugeriu o nome de uma deusa havaiana. Finalmente, em 2008, a União Astronômica Internacional classificou 2003 EL61 como o quinto planeta-anão conhecido no Sistema Solar e o nomeou em homenagem à Deusa Havaiana Haumea. E as duas luas de Haumea receberam o nome de suas filhas  Hi’iaka e Namaka.

Planeta-anã Haumea e suas duas luas Namaka e Hi’iaka. Fonte APOD/NASA, 2008.

Pôster para Colorir

Volumes para colorir ( em inglês)

Acesse os 8 volumes com informações de 40 murais para colorir do projeto Sea Walls.

  • Um grupo de artistas em Boston também criou um caderno para colorir com os murais criados por artistas locais da cidade. Acesse em Save Our Seas, Boston, 2021, volume 1.

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