Capa: Biodiversidade de esponjas (4 espécies na foto). Twilight Zone Expedition Team 2007, NOAA-OE. Wikipedia. Licença Dedicação do Domínio Público.
Vida Marinha
Compositores: Jô Velloso e Alex Mesquita, CD Aboio para um Rinoceronte, Vida Marinha, 2004.
“Tudo passa.
Mas se acaso a tempestade, cansada de destruir, não mais a terra ameaça,
vem de novo o sol luzir, alentando a natureza.
Tudo passa.
Suporto seu desprazer.
Teu passado venturoso algum dia há de voltar.
Tudo passa.
Tudo foge.
Tudo voa qual feiticeira, canoa rio abaixo a navegar.
Tudo passa.”
(Anísio Vianna)
Puxa a corda, quilha, corta
Na malha tem peixe.
Água fria é quem esquenta homem do mar.
Gemido de corda rola, range, sua e soa.
Névoa de sal é quem branqueia a beira-mar.
Vida marinha,
Vida minha,
Leve-me pra lá.
Inda que a rosa morena me deixe.
Não me deixe na areia,
Deixe no mar.
Vela pra onde quiser, me leve
Me salve desse lugar
Hoje a terra é pura tristeza
Vela me leve pro ronco do fundo do mar,
Do mar.
Eu vou saber do coração dos peixes
Depois beber as ondas das paixões
Saber da moreia, qual a sua sede
E da água viva suas tentações.
Por ser da água, temer as redes
Gostar das noites escuras de ilusões.
E ver meu deus deitado numa concha verde
E esquecer a vila dos vilões.
“Não há um só homem que se isente da velhacaria.
Velhaco é o chefe do país que simula patriotismo deixando sua infeliz pátria vazia e cheia de dívidas.
Velhaco é o sacerdote de qualquer seita que seja que mente em suas crenças.
Velhaco é o negociante que engana seus fregueses.
Velhaco é o advogado que arranca os cobres dos contribuintes.
Velhaca é a beata ainda moça, ou velha mesmo, que finge ler o livro de orações.
As formas ensanguentadas do cristo de madeira despertam-lhe sensações agradáveis.
A beata é a maior das velhacas.
A humanidade é a personificação, a personificação da velhacaria!”
(Anísio Vianna)
“Eu sou filho de um pobre barqueiro
Fui criado nas ondas do mar
Todo dia meu pai me dizia
Vem filhinho ajudar a remar
Fui crescendo, crescendo e cantando
As estrelas no céu a brilhar
Todo dia meu pai me dizia
Vem filhinho ajudar a remar”
(Domínio Público)