Fonte: Projeto Nós Compartilhamos a Mesma Lua (We Share the same Moon).
Capa: Corujão-Orelhudo (Bubo virginianus). (c) StreetMorrisArt. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-ND-4.0.
Crédito Historia: Cassandra Wye, abril, 2019. Tradução e adaptação livre de Paulo Henrique Colonese.
Apresentamos mais uma história astrocultural sobre os mitos e explicações mágicas de fenômenos celestes e do desejo humano de alcançar a Lua.
As histórias culturais são uma boa maneira de convidar e inspirar crianças, jovens e adultos a Olhar Para Cima e despertar sua Curiosidade, Questionamento, Ciência e Fantasia.
Nossa história de hoje vem direto das Montanhas Andinas, no Peru.
Faixa etária sugerida: 3 – 4 anos: 4 – 5 anos.
Educação formal: Educação Infantil.
Conceitos científicos: Superfície lunar.
Questão científica: O que podemos ver na Lua?
País de Origem: Peru, América do Sul.
Fonte: Moon Rope (Uma Corda para a Lua) de Lois Ehlert
Moon Rope de Lois Ehlert, Lido por Dwight Hutson https://youtu.be/BXZelXpixZ0
Uma Corda para a Lua
Há muito. muito tempo no Peru.
O Peru era uma terra cheia de gramíneas muito especiais, chamada “grama dos pampas” que se estendiam até onde os olhos podiam ver.
A Toupeira Talpi
E, no meio desta terra de gramíneas altas, havia um pequeno buraco que levava a um grande túnel que descia, descia e descia para o interior da Terra. E vivendo neste túnel havia um interessante animal… uma Toupeira chamada Talpi.
Veja uma galeria de fotos e registros de toupeiras no Portal iNaturalist, clicando aqui.
A toupeira dormia o dia todo, mas quando a Lua nascia no céu, à noite, ela, logo, acordava e dava uns bons e grandes bocejos.
E pensava: – “Hmmmm, estou com muita fome!”
Talpi não enxergava muito bem, mas ela conseguia cheirar muito, muito, muito bem!
Então, ela cheirava, cheirava e cheirava tudo ao seu redor.
E, então, ela cavava, cavava e cavava, até encontrar um suculento alimento…
“Ah! Uma enorme e deliciosa minhoca suculenta! E então, ela comia a minhoca toda!
Quando Talpi terminava de comer, ela saia do túnel e se reunia com seus amigos.
Eles conversavam, conversavam e conversavam durante toda a noite, à luz da Lua Cheia.
Mas…
Uma noite, Talpi ficou sozinha. Ela olhou para a grande Lua redonda no céu e pensou……
“Hmmm, será que há mais minhocas vivendo na Lua do que aqui na Terra?”
Ela pensou, pensou e pensou por um tempo…. Hmmmm.
Mas ela não sabia a resposta.
A Raposa Lyca
De repente, ela ouviu alguma coisa!
Eram passos, correndo pela grama!
Gdum, gdum, gdum, gdum, gdum, gdum, gdum, gdum, gdum.
Talpi cheirou, cheirou e cheirou bem fundo. E sentiu o cheiro de sua amiga, a Raposa Andina, chamada Lyca!
– “Olá, Lyca!”
– “Olá, Talpi!”
“Raposa? perguntou a toupeira “Você sabe se há mais minhocas vivendo na Lua, do que há aqui vivendo na Terra?
A raposa pensou por um tempo…
“Hmmm! Eu não sei”, disse a Raposa. “Vamos à Lua e descobrir!”
“Ir para a Lua?!”, disse a toupeira. “Mas, como?”
A Raposa pensou um pouco…
– Hmmmm! Lyca teve uma ideia!
“Eu já sei, já sei! Vamos subir até a Lua!
“Subir para a Lua? Disse a toupeira, “Mas como?”
A Raposa pensou mais um pouco.
– Hmmmm! E teve uma ideia!
“Eu sei! Eu já sei! Vamos usar uma corda!
“Por corda!”, disse a Toupeira.
“Mas onde encontraremos uma corda?”
A raposa pensou mais um pouco.
Hmmmm! Então, Lyca teve outra ideia!
“Eu já sei! Vamos fazer uma!
“Fazer uma corda?!”, disse a Toupeira;
– “Mas como?”
A raposa pensou por um tempo.
Hmmmm! E Lyca teve mais uma ideia!
“Eu sei! Vamos cortar um pouco de grama e, em seguida, vamos trançar as fibras para fazer uma corda bem resistente!
Então, a raposa e a toupeira:
Elas cortaram, cortaram e cortaram a grama.
Elas cortaram, cortaram e cortaram a grama.
Elas cortaram, cortaram e cortaram a grama.
E então: elas trançaram, trançaram e trançaram a grama.
Elas trançaram, trançaram, trançaram e trançaram bem a grama.
Elas trançaram, trançaram, trançaram e trançaram bem a grama.
Para fazer uma corda muito, muito, muito longa!
“Mas, o que vamos fazer agora, Lyca?”, perguntou a Toupeira.
“Agora,”, disse a Raposa. “Vamos fazer um grande círculo em uma extremidade da corda e amarrá-lo com um nó para formar um grande laço. Então, jogaremos o laço bem alto no ar sobre a Lua, para pegar a Lua dentro do nosso círculo de corda. Assim, poderemos subir na corda para a Lua!
Então, elas fizeram um grande círculo de corda.
Elas amarram-no em uma extremidade com um nó e jogaram o nó para o ar!
1, 2, 3 arremessos!
Mas elas pegaram a Lua?
Não, ela está muito, muito, muito longe!
Então, elas tentaram de novo – um arremesso maior!
1, 2, 3 arremessos!
Mas elas pegaram a Lua!
Não, ela está mesmo muito, muito, muito longe!
Então, elas tentaram de novo – um arremesso ainda maior!
1, 2, 3 arremessos!
Mas elas pegaram a Lua?
Não, ela está mesmo muito, muito, muito longe!
Mas…
A Coruja Buba
A Toupeira farejou, farejou, farejou e farejou um novo cheiro…
Outra amiga! Voando bem alto no céu, lá estava a Grande Coruja Orelhuda, chamada Buba!
Veja uma galeria de fotos e registros da Grande Coruja Orelhuda no Portal iNaturalist, clicando aqui.
“Buba, pode nos ajudar a pegar a Lua?”
“Sim”, disse a Coruja. “Mas como?”
“Pegue nossa corda especial, chamada de laço, e então jogue o círculo de corda sobre a Lua”
A Coruja pegou a corda em seu bico e voou para cima, para cima, para cima, bem alto no ar.
E então jogou o laço!
E o grande círculo de corda pousou ao redor da Lua!
“Sim! Nós conseguimos! Nós pegamos a Lua”
Os animais gritaram de alegria!
A raposa começou a subir na corda:
Subir a corda. Subir a corda. Subir a corda até a Lua!
Subir a corda. Subir a corda. Subir a corda até a Lua!
Subir a corda. Subir a corda. Subir a corda até a Lua!
A toupeira seguiu a Raposa na corda:
Subir a corda. Subir a corda. Subir a corda até a Lua!
Subir a corda. Subir a corda. Subir a corda até a Lua!
Subir a corda. Subir a corda. Subir a corda até a Lua!
Mas… a Toupeira é bem menor que a Raposa.
Ela, logo, se cansou. E começou a desacelerar.
Subir a corda. Subir a corda. Subir a corda até a Lua!
Subir a corda. Subir a corda. Subir a corda até a Lua!
Subir a corda. Subir a corda. Subir a corda até a Lua!
Talpi estava muito, muito cansada.
Ela subia cada vez mais devagar, mais devagar, mais devagar…
E, então, suas patas começaram a escorregar……
E, de repente, ela começou a escorregar… caindo para baixo!
Todo o caminho de volta para o chão!
Calombo!
A toupeira decidiu que nunca mais iria até a Lua!
Mesmo que haja mais minhocas vivendo na Lua!
Ele vai ficar e comer os minhocas deliciosas aqui na Terra.
Mas e a Raposa Lyka?
Bem, eles dizem no Peru que se você olhar com muito, muito cuidado para a Lua Cheia, você pode vê-la lá em cima na Lua!
Feliz da vida comendo os minhocas lunares.
Mas…
Os Cientistas
Os cientistas, estudando as amostras que foram trazidas da Lua e as condições geológicas e atmosféricas da Lua, concluíram que não há vida na Lua, nem mesmo minhocas!
“Entre 1969 e 1972, seis missões Apollo trouxeram 382 kg de rochas lunares, amostras de núcleo, seixos, areia e poeira da superfície lunar. Os seis voos espaciais retornaram 2.200 amostras separadas de seis diferentes locais de exploração na Lua. Além disso, três espaçonaves soviéticas automatizadas retornaram amostras importantes, totalizando 300 gramas de três outros locais lunares. O edifício de amostras lunares no Johnson Space Center é o principal repositório para as amostras da Apollo”. Lunar Rocks and Soils from Apollo Missions, Curation Lunar, NASA.
Porque praticamente não há ar na atmosfera lunar.
E, até pouco tempo não tinham descoberto nenhum vestígio de água na Lua.
Recentemente, há indícios de que existe água congelada em alguns locais na Lua.
O que será que os cientistas ainda vão descobrir?
Acompanhe as suas descobertas!