Fonte: Projeto Nós Compartilhamos a Mesma Lua (We Share the same Moon). Viagem de Zorrilho até a Lua.
Capa: Zorrilho (Conepatus chinga). (c) Pablo Gutierrez Maier . Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.
Crédito Historia: Cassandra Wye, abril, 2019. (tradução livre, adaptação e imagens incluída por Paulo Henrique Colonese).
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Olhe para Cima
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Apresentamos mais uma história astrocultural sobre mitos e explicações mágicas de fenômenos celestes que conectam todos seres vivos do planeta ao Universo .
Uma boa maneira de convidar e inspirar crianças, jovens e adultos para Olhar Para Cima e despertar sua Curiosidade, Questionamento, Ciência e Fantasia.
Nossa segunda história vem direto da Bolívia, América do Sul.
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Olhar e Educar
- Faixa etária sugerida: 3 – 4 anos: 4 – 5 anos.
- Educação formal: Educação Infantil.
- Conceitos científicos: Superfície lunar, Lua Cheia, Animais da fauna sul-americana (Bolívia).
- Questão científica: O que podemos ver na Lua?
- País de Origem: Bolívia, América do Sul.
- Fonte: When Jaguars ate the Moon de Maria Cristina Brusca e Tona Wilson, 1995.
- Atividade científicas sugeridas: Crateras Cósmicas; Globos Lunares (disponíveis no projeto original).
Bolívia no Globo Terrestre.
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Viajando para a Lua
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Há muito, muito, muito tempo atrás em um país chamado Bolívia…
Havia uma montanha, uma grande montanha que subia, subia, subia e subia para o céu.
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Bem no fundo da montanha havia um pequeno buraco. E naquele buraco, vivia um animal muito especial, chamado de Zorrilho. O buraco era a toca de Zorrilho.
Zorrilho tem listras pretas e brancas e uma longa cauda espessa. E quando ele está com medo, ameaçado por seus predadores ou pelo ser humano…
Eca! ele solta um cheiro muito, muito ruim!
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Zorrilhos são do mesmo gênero que as Jaritatacas (Conepatus semistriatu) na América do Sul. E da mesma família científica que os Cangambás Listrados e Cangambás Manchados. Todos pertencem à família dos Mefitídeos. Entretanto, eles são muito confundidos com o grupo dos Gambás, mais comuns no Brasil, apesar de serem de grupos diferentes de animais.
Os gambás são marsupiais, enquanto os Mefitídeos não são marsupiais.
O nome da Família Mefitídeos vem do latim mephiticus, por influência do francês méphitique, significando fedorento.
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Investigue a imagem interativa abaixo para descobrir mais as semelhanças e diferenças entre essas famílias de animais.
Clique nas imagens da imagem interativa para descobrir mais sobre esses belos grupos de animais.
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O Zorrilho e a Lua
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Zorrilho dormia o dia todo, mas quando a Lua Cheia subia bem alto no céu à noite, a luz brilhava direto em sua toca e o acordava. E, assim, Zorrilho saia de sua toca e subia, subia, subia e subia!
E olhava para a Lua.
– “Olá, Lua!”.
Zorrilho amava muito a Lua, porque quando a Lua brilhava, ele conseguia enxergar bem à noite e encontrar sua comida.
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E quando a Lua Cheia brilhava,
ele olhava, olhava, olhava e olhava.
“Aha, achei! Que bagas (frutos) gostosas! Yum, Yum! Yum, Yum!
Ele andava, andava, andava e andava.
E coletava, coletava, coletava e coletava
E comia, comia, comia e comia.
“Yum, Yum, Yum ,Yum!”
Então, a Lua Cheia começava a se pôr e o Sol começava a nascer.
E, assim, Zorrilho sabe que era hora de voltar para casa e dormir.
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Então, ele anda, anda, anda e volta para casa.
“Obrigado, Lua!”.
Ele subia para sua toca, subia, subia, subia e subia.
“Boa noite, Lua!” E se enrolava e dormia.
Ele fazia isso todas as noites, noite após noite, especialmente nas noites de Lua Cheia.
Zorrilho adorava olhar para a Lua. E ele percebeu algo muito curioso.
O que será que Zorrilho viu na Lua?
A Lua mudava de forma a cada noite!
Às vezes, ela é grande e redonda!
E então, ela se transforma e fica na forma de uma banana!
E outras vezes, ela simplesmente desaparecia do céu noturno!
Nessas noites, Zorrilho ficava imaginando: Para onde foi a Lua?
E, então, a Lua reaparecia e ficava maior, maior, maior e maior mais uma vez!
O Zorrilho adorava olhar para a Lua – porque ela aparecia tão diferente todas as noites.
Uma noite, Zorrilho teve uma grande ideia!
“Eu sei! Eu sei! Eu sei! Eu sei”
Eu irei visitar a Lua para agradecer pela luz”
“Mas como vou viajar para a Lua?”
Ele ficou pensando por um longo tempo.
Enquanto ele pensava, ele teve uma grande ideia!
Eu sei, Eu sei! Eu sei! Eu sei!
Eu vou caminhar até a Lua!
E então, ele começou a caminhar:
Vou caminhar, caminhar, caminhar e caminhar até a Lua.
Vou caminhar, caminhar, caminhar e caminhar até a Lua.
Vou caminhar, caminhar, caminhar e caminhar até a Lua.
Vou caminhar, caminhar, caminhar e caminhar até a Lua.
E caminhou, caminhou, caminhou e caminhou a noite toda.
Mas ele chegará à Lua?
Não! A Lua está muito, muito longe!
Ah…. Zorrilho ficou muito desapontado.
A Lua Cheia começou a se pôr e o Sol começou a nascer.
Ele sabia que era hora de se virar e voltar para casa.
Vou andar, andar, andar e voltar para casa.
Eu vou andar, andar, andar de volta para casa.
Eu vou andar, andar, andar de volta para casa.
Eu vou andar, andar, andar de volta para casa.
E ele subiu para sua toca, subiu, subiu, subiu, e subiu! “
– “Boa noite, Lua!”
E se enrolou e dormiu.
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O Cavalo galopante
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Na Lua Cheia seguinte, ele saiu da toca, subiu, subiu, subiu e subiu!
– “Olá, Lua!”
E ele teve outra grande ideia!
“Eu sei, eu sei, eu sei, eu sei!”.
“Vou pedir a um amigo para ajudar!”
Então, ele olhou, olhou, olhou e olhou ao seu redor e viu um amigo, o Cavalo!
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“Cavalo – você vai me ajudar a alcançar a Lua?”
E o Cavalo disse: “Sim!”
Então, Zorrilho subiu nas costas do Cavalo e eles começaram a galopar
Vamos galopar, galopar, galopar, galopar até a Lua.
Vamos galopar, galopar, galopar, galopar até a Lua.
Vamos galopar, galopar, galopar, galopar até a Lua.
Vamos galopar, galopar, galopar, galopar até a Lua.
E eles galopam, galopam, galopam e galopam a noite toda.
Mas eles chegam à Lua?
Não! A Lua está muito, muito, muito longe!
Ah…. Zorrilho ficou muito desapontado.
A Lua Cheia começou a se pôr e o Sol começou a nascer.
Eles sabiam que era hora de se virar e voltar para casa!
Vamos galopar, galopar, galopar, galopar de volta para casa.
Vamos galopar, galopar, galopar, galopar de volta para casa.
Vamos galopar, galopar, galopar, galopar de volta para casa.
Vamos galopar, galopar, galopar, galopar de volta para casa.
“Obrigado, Cavalo!”
E Zorrilho subiu para sua toca, subiu, subiu, subiu e subiu!
– “Boa noite, Lua!”
E se enrolou e foi dormir.
Mas, na Lua Cheia seguinte, ele saiu da toca, subiu, subiu, subiu e subiu!
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O Grande Urso escalador
E teve outra grande ideia!
– “Eu sei! Eu sei! Eu sei! Vou pedir ajuda a outro amigo!”
Então, ele olhou, olhou, olhou e olhou até ver outro amigo, o Grande Urso de óculos!
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“Urso, você pode me ajudar a escalar a montanha para que eu possa alcançar a Lua?”
E o grande Urso disse: “Sim!”
Então, o Urso pegou Zorrilho e eles começaram a subir a montanha.
Vamos escalar, escalar, escalar e subir até a Lua.
Vamos escalar, escalar, escalar e subir até a Lua.
Vamos escalar, escalar, escalar e subir até a Lua.
Vamos escalar, escalar, escalar e subir até a Lua.
E eles subiram, subiram, subiram e subiram até chegarem ao topo da Montanha.
E lá estava a Lua muito acima deles!
Zorrilho subiu, subiu, subiu e subiu.
Mas ele conseguiu tocar a Lua?
Não! A Lua ainda estava muito, muito, muito longe!
Ah…. o Zorrilho ficou muito desapontado.
A Lua Cheia começou a se pôr e o Sol começou a nascer.
E assim eles perceberam que era hora de se virar e voltar para casa.
Vamos escalar, escalar, escalar e voltar para casa.
Vamos escalar, escalar, escalar e voltar para casa.
Vamos escalar, escalar, escalar e voltar para casa.
Vamos escalar, escalar, escalar e voltar para casa.
– “Obrigado Urso!”
E Zorrilho subiu de volta para sua toca, subiu, subiu, subiu e subiu.
– “Boa noite, Lua!”
E se enrolou e foi dormir.
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A Coruja voadora
Mas, na Lua Cheia seguinte, Zorrilho saiu de sua toca, subiu, subiu, subiu e subiu.
“Olá, Lua!”
E ele teve outra grande ideia!
“Eu sei! Eu sei! Eu sei! Vou pedir ajuda a outro amigo!”
Então, ele olhou, olhou, olhou e olhou até ver a Coruja.
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“Coruja! Você pode me ajudar a chegar à Lua?”
E a Coruja disse: “Sim!”
Então, Zorrilho subiu nas costas da Coruja e juntos eles começaram a voar.
Vamos voar, voar, voar e voar para a Lua.
Vamos voar, voar, voar e voar para a Lua.
Vamos voar, voar, voar e voar para a Lua.
Vamos voar, voar, voar e voar para a Lua.
A Coruja e o Cangambá voaram, voaram, voaram e voaram cada vez mais perto e mais perto da Lua.
Zorrilho se esticou todo, se esticou, se esticou e, finalmente, tocou a Lua!
– “Obrigado, Lua. Obrigado pela sua Luz!”
Ele gentilmente acariciou a Lua com suas patas.
– “Eu te amo, Lua.”
Mas estava muito, muito, muito frio lá em cima no Céu.
E a Coruja disse: “Está muito frio aqui em cima. Temos que voltar para casa.”
Então, eles se viram e começam a voar de volta para casa.
Vamos voar, voar, voar e voar de volta para casa.
Vamos voar, voar, voar e voar de volta para casa.
Vamos voar, voar, voar e voar de volta para casa.
Vamos voar, voar, voar e voar de volta para casa.
“Obrigado Coruja”.
E Zorrilho subiu de volta para sua toca, subiu, subiu, subiu e subiu.
– “Boa noite, Lua!” E se enrolou e foi dormir.
Feliz por ter, finalmente, chegado, tocado e agradecido à Lua.
E assim ele viveu, feliz por ter tocado a Lua.
E até hoje, na Bolívia, de onde vem essa história, eles dizem que as manchas escuras que você pode ver na Lua, foram feitas a partir das patas do Zorrilho quando ele acariciou a Lua naquela noite.
Os cientistas descobriram rochas que há muito tempo colidiram com a Lua produziram as manchas escuras que você vê hoje em sua superfície.
Boa noite, Lua.