Imagem de capa: Lóbulo de orelha. Heptal. Wikipédia. Licença CC-BY-SA-4.0.
Atividade educativa criada pelo Exploratorium Teacher Institute. Série Science Snack: Ear Sort. Licença CC-BY-NC-SA-4.0. Tradução: Paulo Henrique Colonese, Espaço Ciência Viva.
Vamos Investigar a Orelha Externa?
Suas orelhas externas possuem lóbulos “pontas inferiores) soltos ou conectados ao rosto?
E o que os livros didáticos dizem sobre isso?
Tradicionalmente, as aulas de Genética usam o formato do lóbulo da orelha como exemplo de uma característica genética simples, uma característica que surge de um único gene.
Convidamos você a observar uma grande variedade de orelhas, investigar e decidir por si mesmo se dividir os lóbulos das orelhas em dois grupos – “soltas” ou “conectadas” – é realmente um processo tão simples ou se precisamos melhorar o modelo dos tipos.
- Grupo-alvo: Como é uma atividade de observação, de comparação (semelhanças e diferenças) e de classificação, ela pode ser usada desde os anos iniciais do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, com variações na quantidade de atributos do lóbulo aprofundada em cada segmento curricular.
- Área de Conhecimento: Biologia
- Conteúdos: Processo Científico, Biologia, Genética, Evolução.
Ferramentas e Materiais
- Impressão (preto e branco ou colorida) das fichas com 2 galerias das 18 imagens de lóbulos ao total em duas páginas A4.
- Impressão (preto e branco ou colorida) das fichas com cartões auriculares (18 imagens A4 de lóbulos ao total).
- Impressão da ficha anatomia da orelha externa.
- Tesoura para cortar as imagens das fichas.
Opcional: pode-se usar uma câmera fotográfica para registrar as orelhas da turma e criar uma galeria de lóbulos da turma.
Investigação em Grupos
Recortar as imagens dos lóbulos em cartões individuais de modo que cada grupo tenha a coleção completa dos 18 lóbulos.
Se quiser incluir sua própria orelha, tire uma foto da orelha esquerda para que o lóbulo fique bem visível. Imprima a imagem e adicione-a ao seu baralho de cartas.
Obs.: Você pode usar as 2 galerias ou as fichas de lóbulos individuais.
Fazer e observar
Espalhe todos os cartões auriculares para que você ou o grupo possa vê-los todos de uma vez.
Cada imagem mostra a orelha de uma pessoa diferente.
Observe como as formas dos lóbulos das orelhas diferem. Que tipos de variação você(s) consegue(m) vê?
Dica: use a ficha de anatomia de uma orelha externa para ajudar a observar e descrever onde ocorrem as diferenças.
Os lóbulos das orelhas podem ser descritos como “soltos” ou “conectados”.
Os lóbulos das orelhas conectados estão ligados diretamente à cabeça.
Os lóbulos das orelhas soltas ficam abaixo desse ponto de conexão.
Comparando e Ordenando
Organize as fotos em uma linha contínua, do lóbulo mais solto para o lóbulo mais conectado.
Lóbulo Solto
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Lóbulo Conectado
Dica: Insira uma imagem de cada vez ao longo da linha dos tipos de lóbulos. Se for em grupo, cada membro do grupo insere uma imagem de cada vez.
Classificando em 2 Grupos
Em seguida, divida as fotos em apenas dois grupos: soltos e conectados.
Decida quais lóbulos contam como soltos e quais estão conectados.
É fácil decidir qual imagem colocar em cada grupo?
Caso haja dúvidas ou divergências no grupo, podem usar uma terceira coluna sobre os casos duvidosos.
Discussão sobre a classificação científica
Qual método de organização das imagens você ou seu grupo acha que é mais preciso para descrever a variação que você ou o grupo notou?
O que está acontecendo?
Uma das grandes questões da Biologia Genética é identificar variações em uma mesma espécie e investigar suas causas genéticas ou ambientais.
Quase todos os traços anatômicos têm alguma variação entre os indivíduos de uma espécie.
Para entender como isso ocorre, os cientistas primeiro tentam descrever ou medir a extensão da variação da característica.
Às vezes, é mais preciso descrever uma característica como discreta, o que significa que há um pequeno número de variações possíveis, facilitando a atribuição de um indivíduo a um determinado grupo. Por exemplo, você pode observar que indivíduos de uma determinada espécie de planta têm flores brancas ou vermelhas, mas nunca nenhuma cor intermediária.
Aqui, quando você organiza seus cartões auriculares em dois grupos (com lóbulos soltos ou conectados), está tratando essa variação como uma característica discreta.
Outras características são descritas com mais precisão como contínuas, o que significa que existem muitas variações possíveis, senão infinitas. Por exemplo, as pessoas podem ter quase qualquer altura ou peso, e não seria fácil decidir quem contaria como alto e quem contaria como baixo em um grupo de pessoas.
Aqui, quando você organiza seus cartões auriculares em um espectro contínuo, está descrevendo o formato do lóbulo da orelha como uma característica contínua, variando de solto a conectado.
Traços complexos
Os cientistas geralmente consideram traços contínuos como traços complexos.
Traços complexos são controlados por múltiplos genes e alelos, muitas vezes com efeitos adicionais de fatores ambientais.
Como muitos genes e alelos estão envolvidos, é difícil prever com precisão o padrão de herança de uma característica complexa. O filho de dois pais de estaturas diferentes, por exemplo, pode ter a altura mais próxima de um dos pais do que do outro, ser mais alto que o pai mais alto ou mais baixo que o mais baixo, ou algo intermediário. A altura depende da combinação precisa de alelos que uma criança herda e das condições ambientais sob as quais a criança se desenvolve.
Traços discretos muitas vezes acabam sendo traços simples, o que significa que são controlados por um único gene e seguem o que é conhecido como padrões mendelianos de herança. É mais fácil prever o padrão de herança de uma característica simples, pois há apenas um número limitado de resultados com probabilidades conhecidas.
Embora o formato do lóbulo da orelha tenha sido frequentemente descrito em livros de biologia como sendo uma característica discreta e simples, você provavelmente teve dificuldade em decidir onde traçar a linha entre solto e conectado.
Se você decidiu que o espectro contínuo da forma do lóbulo da orelha era uma maneira mais precisa de descrever a variação, você não está sozinho.
Estudos familiares e genéticos mostram que a fixação do lóbulo da orelha não é, na verdade, uma característica simples, mas sim uma característica complexa, afetada por múltiplos genes e fatores ambientais.
Indo além
Tire suas próprias fotos da variação em outro traço humano e decida por si mesmo se você acha que é simples ou complexo.
Você pode tentar observar a cor dos olhos das pessoas, a posição dos polegares quando juntam as mãos, o comprimento relativo dos dedos dos pés ou se têm “bico de viúva” (cabelo na testa) ou covinha no queixo.
Dicas Educativas
Ao usar esta atividade educativa em sala de aula, é bom dividir os estudantes em duplas ou pequenos grupos e dar o mesmo conjunto de fotos para cada grupo.
Você pode fazer com que os grupos façam os dois experimentos descritos aqui, ou pode pedir a metade dos grupos para organizar as imagens em um espectro contínuo e a outra metade para organizar as imagens em dois grupos distintos (formas de lóbulos de orelha soltos e conectados).
Quando terminarem de organizar as fotos, peça aos estudantes que observem como os outros grupos organizaram seus cartões.
Mapeie no quadro da turma se todos os grupos concordaram sobre quais lóbulos contavam como soltos e quais contavam como conectados.
Mapeie no quadro da turma se todos os grupos os colocaram na mesma ordem no espectro.
Peça aos estudantes que reflitam sobre o que acharam difícil nessas tarefas e argumente sobre qual estratégia organizacional melhor descreve a variação na classificação dos lóbulos.
Eles podem pensar em outras maneiras de descrever ou medir a variação além de colocar as cartas em um espectro contínuo ou em duas categorias discretas?
Se você tiver uma maneira de fotografar e imprimir imagens adicionais, poderá fazer um conjunto de fotos para os estudantes examinarem a variação na forma de seus próprios lóbulos.
Outros traços supostamente mendelianos (incluindo os listados na seção Indo além, acima) podem ser investigados da mesma maneira.
Esta atividade educativa funciona bem quando usado perto do início de uma unidade de herança genética. Ela incentiva os estudantes a ver a variação nas características com um olhar crítico e pode ser revisitado ao ensinar sobre os padrões mendelianos de herança genética.
Muitos estudantes desenvolvem o equívoco de que a maioria das características humanas são simples e mendelianas, quando o contrário é verdadeiro.
Avaliar os dados por si mesmos pode ajudá-los a entender e perceber diferentes tipos de variação.
Fonte Inspiradora
Esta atividade educativa foi inspirada no artigo Myths of Mendelian Genetics (Mitos da Genética Mendeliana) do site Myths of Human Genetics, que possui muitos recursos úteis sobre características tradicionalmente apresentadas como mendelianas.