Praia do Forno – Arraial do Cabo,RJ. Foto cedida por Fernanda Azevedo
A região “Entre terra e mar” possue outros ambientes, além da “Praia” : o MANGUEZAL e o COSTÃO ROCHOSO. Clique nos mesmos para seguir nas matérias associadas!
Praia
Após o manguezal, antes de darmos um pulo no mar, vamos nos aventurar em um local já bem conhecido por muitos de nós: a praia.
Às vezes esquecemos, mas a praia é mais que um lugar onde vamos nos divertir, é também casa de vários animais e outros seres, como as algas, que estão sujeitos à influência da energia das ondas e marés.
Que lugar é esse?
Já repararam como as areias e cascalhos das praias variam? Temos praias de areia bem fina – com pequeninos grãos – e outras formadas de cascalhos mais grossos.
Pois é, as praias são formadas por sedimentos que vieram do desgaste de rochas, pelos rios, ventos, ondas e marés; do continente ao mar e às areias: num vai-e-vém bem dinâmico.
Existe uma forte interação entre as praias e os demais ecossistemas costeiros vizinhos, a exemplo das restingas e manguezais.
No Brasil, temos uma vasta extensão desta paisagem praiana desde o Amapá até o Rio Grande do Sul!
Qual praia do litoral brasileiro que você conhece? Uau, são muitas!!!
Quem habita?
À beira mar, a fauna está distribuída em zonas ou faixas. Cada uma delas possue condições ambientais que favorecem certas características biológicas, isto é, cada “bichinho” no seu “lugar”! Estas zonas são divididas em três, conforme a quantidade de água do mar que recebe: a faixa superior, mais longe da água, alcançada somente durante as marés altas e fortes; a faixa mediana, coberta duas vezes por dia pela maré; e a faixa inferior, quase sempre submersa. Mas, nem sempre conseguimos perceber esta zonação em praias arenosas, já que a maior parte dos animais vive enterrada e camuflada na areia.
Estes bichinhos “sabem” se proteger, né mesmo? Veja no vídeo ao lado. Quem topa um cineminha??
Vale muito conhecer os organismos marinhos que vivem nos sedimentos das praias, assistindo o vídeo produzido por quem os estuda. A produção é do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo, em São Sebastião, SP, com autoria de Alvaro E. Migotto, Gustavo Fonseca, Fabiane Gallucci e Maikon Di Domenico, acessível em seu Canal Youtube.
Dá para reparar que para estes animais viverem nos espaços entre os grãos de areia, precisam ter boa mobilidade para escaparem da força das ondas e da ação das marés? Isso justifica seu tamanho pequeno e formato alongado!!!
Mas, na praia, encontramos animais maiores, que vemos a olho nú, que medem de 2 a 20 centímetros e são exemplos da macrofauna crustáceos (marinha-farinha, tatuí e pulga-do-mar), moluscos gastrópodes e bivalves, anelídeos, bolacha-da-praia, entre outros.
O jeitão do corpo destes bichos facilita um rápido enterramento na areia, visto terem corpo liso, formato ovoide ou triangular e ausência de ornamentações.
Além da fauna residente, a areia da praia também recebe visitantes, como as gaivotas e os maçaricos que exploram o ambiente em busca de comida nas marés baixas.
E, também, peixes e crustáceos saem do fundo do mar à procura de alimento que a maré alta oferece. Que beleza!
Por que conservar?
As praias correspondem a 30% dos ecossistemas costeiros globais.
Possuem uma grande variedade de importâncias ecológicas: tartarugas e peixes utilizam a praia como área de berçário para suas desovas e espécies de grande importância econômica se alimentam na zona de arrebentação.
Além disso, não é pouco lembrar da importância socio-econômica, já que as praias fazem a proteção costeira contra o avanço do mar sobre o continente e minimizam os efeitos de tempestades ou ciclones; atuam na filtragem da água retendo e processando a matéria orgânica e os poluentes… e – bem fácil de destacar – são fontes de recreação e turismo pra galera!
Infelizmente, as praias têm enfrentado inúmeros problemas como a exploração descontrolada de recursos naturais e a erosão, além do pisoteio humano responsável pelo desaparecimento de algumas espécies.
As praias também estão ameaçadas pela especulação imobiliária, pelo turismo irresponsável, pela expansão de marinas e pela poluição urbana e industrial
Referências do texto
Sites:
- Centro de Biologia Marinha da USP – veja ilustrações sobre os organismos que vivem nas praias
- Revista Superinteressante – Matéria “Que seres vivem na areia da praia?”
- Ecomar/UniRio – Instagram
- Ciência e Clima – “Matéria Não vai dar praia porque não vai ter praia”
Livros:
- Prates, A. P. L; Gonçalves, M. A; Rosa, M. R. Panorama da conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos no Brasil. 2ª edição. Brasília:MMA, rev. ampliada, 2012.
- Castro, P; Huber M.E. Biologia Marinha. 8ª edição. AMGH Editora Ltda, 2012.
- Pereira, R. C; Soares-Gomes, A. Biologia Marinha. 2ª edição. Editora Interciência, 2009.
Dicas de projetos/links ligados ao ambiente manguezal
Projeto “Praia limpa é a minha praia”
Projeto de extensão realizado pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, coordenado pelo Professor Dr. Fábio Vieira de Araújo e composto por colaboradores (as), estagiários (as) e voluntários (as). Voltado para Divulgação científica e popularização do conhecimento sobre cultura oceânica e educação ambiental.
Ver https://www.instagram.com/praialimpaeaminhapraia/ e vários vídeos e lives no www.youtube.com/channel/UC-IoDKE8boMHgtRiCIwIZBg
Para leitura sobre o projeto ver em: https://www.epublicacoes.uerj.br/index.php/interagir/article/view/13570
Projeto Monitoramento Mirim Costeiro
O Instituto Monitoramento Mirim Costeiro – IMMC iniciou em 2012 no município de Garopaba-SC, um programa pioneiro de Educação Socioambiental com o objetivo de transformar crianças em “Guardiãs do Oceano”. O IMMC desenvolveu uma metodologia educativa onde as crianças se tornam pesquisadoras e monitoras mirins do litoral que vivem, conhecendo de forma prática sobre as características desse ecossistema e sobre a importância de preservar suas riquezas socioculturais e ambientais. Projeto que atua na perspectiva da ciência cidadã.
Projeto Verde mar – Conservação ambiental
Promove a conservação ambiental, com ênfase em ambientes marinhos e costeiros, sensibilizando as pessoas através da educomunicação, desenvolvendo pesquisas científicas, realizando eventos e ações diretas. Tem como lema: “Sonhamos que, um dia, toda educação seja ambiental”.
O Projeto Verde Mar nasceu em 2014 a partir de uma iniciativa do jornalista e ambientalista Caio Salles, com o principal objetivo de divulgar iniciativas relacionadas à questões socioambientais.
Atua em 4 eixos fundamentais : Ações Socioambientais , Pesquisa científica, Educação e – Comunicação
Dica de materia didático sobre o tema:
Projeto Bichos da Praia: a Biologia em uma linguagem lúdica, Editado pelo Instituto Ciência Hoje
Uma série de livros voltada ao público infantil apresenta, de forma lúdica e divertida, espécies comuns na fauna das praias fluminenses, ajudando a despertar nas novas gerações a consciência para a importância da preservação ambiental. Intitulada Bichos da Praia, a coleção reúne sete obras editadas pelo Instituto Ciência Hoje, todas de autoria do biólogo marinho e reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) Ricardo Silva Cardoso – o último livro da coleção foi escrito em coautoria com a bióloga e professora do Departamento de Ecologia e Recursos Marinhos da UniRio, Tatiana Cabrini, pesquisadora do Laboratório de Ecologia Marinha (EcoMar).
Veja também:
A praia é um lugar bastante inspirador para músicas!
E muitas marcam época e seguem empolgando gente de todas as idades!
Venham se encantar com a mestra da ciranda – Lia de Itamaracá – trazendo a praia neste maravilhoso ritmo.
A música é acompanhada pelo instrumento panela-de-mão, por Felipe Reznik, com seu projeto Reluz, que libera o uso do clip para o ECV e seu público. Seu perfil pode ser acompanhado em: https://instabio.cc/FelipeReznikRELUZ
Assista o vídeo, para sentir o ambiente praia, ao som da ciranda de Lia de Itamaracá.
Letras
Eu estava na beira da praia ouvindo as pancadas das ondas do mar /
Essa ciranda quem me deu foi Lia que mora na Ilha de Itamaracá /
No alto mar tem uma pedra, debaixo da pedra tem areia /
Por cima da pedra bate as águas, as águas molham o cabelo da sereia
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