Paulo Henrique Colonese, Mariana de Souza Lima, Espaço Ciência Viva.
- Arco-íris: dos mitos à compreensão.
- Arco-íris, chuvas e enchentes na mitologia Yorubá (África).
- Arco-íris, chuvas, nuvens e paixão na mitologia Zulu (África).
- Arco-íris, rios, oceanos e nuvens na mitologia grega (Império Grego).
- Arco-íris, ilhas, um continente, uma ponte e golfinhos na mitologia Chumash (América do Norte).
- Arco-íris, gelo, gigantes, deuses, cachoeiras e uma ponte na mitologia nórdica (Noruega, Suécia, Dinamarca e Islândia).
- Arco-íris, um rasgo no céu, pedras coloridas e uma deusa poderosa na mitologia chinesa.
- Arco-íris: uma bela índia, um casamento e sete arcos na mitologia Kaxinawá (Brasil).
- Arco-íris: um deus poderoso, um arco e raios na mitologia hindu (Índia).
- Arco-íris: duendes e potes de ouro. (Irlanda).
O povo Chumash (habitantes nativos da Ilha Limuw (atual Santa Cruz, na costa da Califórnia), acreditavam que haviam sido criados das sementes de uma planta mágica pela deusa Mãe Terra, Hutash em sua ilha. As pessoas floresceram da planta, tanto homens quanto mulheres, para habitar a ilha.
Essa deusa era casada com a Serpente do Céu (que conhecemos como a Via Láctea). Ao observar que o povo estava passando frio, o marido de Hutash, Alchupo’osh, decidiu dar um presente ao povo de Hutash. Usando sua língua para lançar um raio, ele começou um incêndio. As pessoas cuidaram do fogo e o mantinham queimando para que pudessem ficar quentes e cozinhar sua comida.
A visão do fogo logo atraiu o Condor que naquela época era um pássaro todo branco. Curioso, ele voou baixo sobre o fogo para ver melhor e queimou a maioria de suas penas. Todas ficaram pretas, exceto por um pouco de branco nas asas.
Com calor e comida quente, as pessoas prosperaram e criaram uma prole abundante. Depois de muitos anos enchendo suas terras superdotadas com as pessoas, a ilha ficou lotada. Mas os barulhos dos felizes Chumash cantando e dançando, as crianças rindo, deixavam Hutash acordada à noite.
Em vez de matar todos, como alguns deuses de outras culturas costumam fazer, Hutash foi mais bondosa. Decidiu que algumas pessoas deveriam se mudar da ilha para o continente, onde ela não poderia mais ouvi-las e finalmente, conseguir dormir.
Por isso, criou uma enorme ponte para que as pessoas transpusessem o mar e chegassem ao continente em segurança. E essa ponte era…
Isso mesmo, um arco-íris!
A Mãe Terra na Cosmologia Chumash teve a ideia de criar uma ponte de um wishtoyo (arco-íris) de modo que as novas gerações pudessem andar de sua ilha Limuw, direto para Tzchimoos, (a alta montanha próxima de Mishopshno (Carpinteria, próximo à atual Santa Barbara).
Mas, o mito tem um desfecho muito curioso.
Quando estavam atravessando a ponte arco-íris, algumas das pessoas barulhentas olharam para baixo e ficaram tão apavoradas com a altura que tiveram vertigem. E acabaram despencando do alto da ponte arco-íris, caindo no mar.
Para evitar que morressem afogados, Hutash os transformaram em golfinhos. É por isso, que para o povo Chumash os golfinhos são seus irmãos e irmãs.
Escute a história com uma anciã descendente dos Chumash, Julie Tumamait-Stenslie.
A lenda também é contada em uma animação usada no filme. Veja a animação no filme Winter, O Golfinho neste link e algumas cenas abaixo.
Referências
- The Chumash People: Materials for Teachers and Students. Santa Barbara, CA: Santa Barbara Museum of Natural History, 1991.
- The Rainbow Bridge, Audrey Wood. Ilustração de Robert Florczak. The Voyager Books, San Diego, 1995.