Arco-íris, rios, oceanos e nuvens na mitologia grega (Império Grego)

Paulo Henrique Colonese, Mariana de Souza Lima. Espaço Ciência Viva.

Arco-íris primário e secundário no Mar Mediterrâneo, Grécia. Fonte: https://eudaimonia.gr/wp-content/uploads/2017/03/IMG_20170422_194042.jpg

A Deusa Íris – A Mensageira dos Deuses Olímpicos.

Na mitologia grega, Iris é a deusa do arco-íris, conhecida como mensageira dos deuses do Olimpo. Ela foi muitas vezes representada como a serva, aia e mensageira pessoal da deusa Hera.

Iris carregando a água do rio Styx para o Olimpo para os deuses jurarem, Guy Head, cerca de 
1793 – Museu de Arte Nelson-Atkins.

Hera, irmã e esposa de Zeus, é a rainha dos deuses e patrona da fidelidade conjugal. É a primeira esposa de Zeus e representa a instituição do casamento. Deste modo, é retratada como ciumenta e agressiva contra qualquer relação extra-conjugal, odiava e perseguia as amantes de Zeus e os filhos bastardos gerados desses relacionamentos.

Vênus, apoiada por Iris, reclamando com Marte. George Hayter, 1820. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Venus_supported_by_Iris,_complaining_to_Mars_1820.jpg

Íris é filha do titã Taumas (uma divindade marinha) e de Electra (uma Oceânide, filha de Oceano e Tétis). E, deste modo, profundamente relacionada aos oceanos e mares.

Como arco-íris, ela une a Terra e o Céu. Íris é a mensageira dos deuses para os seres humanos; neste contexto ela é frequentemente mencionada na Ilíada de Homero, mas jamais na Odisseia, onde Hermes (Mercúrio, na mitologia romana) toma seu lugar.

Na Odisseia, ela aparece quando Zeus a envia para transmitir suas ordens a outros deuses e aos mortais, e quando Hera a envia para Aquiles.

Um de seus trabalhos como mensageira incluía obter água do Rio Styx. Ela fazia isso sempre que os olimpíadas precisavam prestar um juramento ou queriam saber se alguém estava mentindo. A verdade era sagrada no Rio Styx para deuses e mortais e, por isso, se algum deles bebesse a água e depois mentisse, perderia a voz por sete anos.

Íris e Hermes (na mitologia romana, Mercúrio e na mitologia egípcia, Tot) eram rivais em tudo, depois de terem se amado por muito tempo e ele a trair com Afrodite. Então Íris e Hermes se separaram e ela foi seduzida por Zéfiro, o deus dos Ventos do Oeste.

Zeus enviando Hermes e íris. Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Zeus_sending_forth_Hermes_and_Iris.JPG

O casamento de Íris com Zéfiro foi entrelaçado com muita paixão. Embora casada, Íris é considerada uma virgem. A divindade do arco-íris não somente seguia as ordens de Hera, tanto quanto focava em ligar o mundano com o celeste, acabando por não ter tempo para uma relação amorosa.

Nos vasos gregos, é representada como uma bela jovem com asas douradas, um kerykeion (bastão de mensageiro) e, às vezes, um oinichoe (jarro de vinho). Geralmente aparecia ao lado de Zeus ou de Hera, às vezes servindo néctar do seu jarro. Para os gregos, que na maioria viviam perto do mar, o arco-íris era mais frequentemente visto cobrindo a distância entre as nuvens e o mar e por isso imaginavam que a deusa reabastecia as nuvens de chuva com água do mar.

Suas asas douradas lhe permitiram viajar para todas as áreas do Cosmos. Ela era capaz de viajar para o fundo dos oceanos, bem como para as profundezas do reino de Hades. E ela fazia isso mais rápido do que qualquer outro deus. 

Não era uma deusa considerada maléfica, apesar de, nas histórias, ter ajudado Hera junto de Loucura a acabar com a família de Hércules.